quarta-feira, 4 de setembro de 2019

ALERJ ABRE EXPOSIÇÃO ‘OJÚ OLHOS’ SOBRE COMUNIDADES QUILOMBOLAS EM SEU SALÃO NOBRE


Texto: Líbia Vignoli (Ascom Alerj)
Fotos:Thiago Lontra
Edição: Adilson Gonçalves

Santa Rosa e Cecilliano, ao centro.
O salão nobre da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi palco, nesta segunda-feira (02/09), do lançamento da exposição fotográfica ‘Ojú Olhos’, que retrata a vida das comunidades quilombolas existentes no Estado do Rio de Janeiro, comparando-as aos quilombos africanos. A mostra está aberta gratuitamente ao público e poderá ser vista até o dia 08 de setembro, sempre a partir das 10h, no Palácio Tiradentes.
Raimundo Santa Rosa, fotógrafo responsável pela mostra, foi homenageado com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria concedida pela Alerj. Ele é um dos fundadores dos Afoxés Agbara Dudu e Alafim Aiyê, que mantêm a tradição da cultura negra há quase 50 anos, sempre pautado na defesa das raízes africanas.
“A melhor forma de retratar um fato é cristalizando através de uma imagem. Uma única fotografia dessas, por exemplo, nos traz inúmeras informações. Quando visitei os quilombos, vi a chance de apresentar uma vasta contribuição para a nossa história. Muitas pessoas sequer sabiam da existência de quilombos no Estado do Rio”, contou Santa Rosa ao falar sobre a iniciativa de produzir essa mostra.
Sobre a condecoração recebida, o fotógrafo se mostrou emocionado. “Só tenho a agradecer à deputada Tia Ju pela homenagem”, disse, referindo à parlamentar autora da concessão da honraria.

Matriarca quilombola


Dona Tetê, musa
Dona Tetê, matriarca há mais de 40 anos do Quilombo São José da Serra, na Região Sul Fluminense do Rio de Janeiro, foi uma das modelos de Santa Rosa durante sua visita à comunidade. Acompanhada de suas filhas, ela compareceu à solenidade de lançamento da exposição e se mostrou bastante emocionada em ver seu povo registrado.
“A primeira casa que Santa Rosa visitou foi a minha. Senti como se fosse um filho da terra. Ele chegou ao quilombo à tarde, jantou comigo, e vi nele uma pessoa de bem. Sabia que nosso povo seria representado de forma tão bonita”, contou Dona Tetê orgulhosa de sua gente.


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