quinta-feira, 29 de agosto de 2019

PRIMEIRA TENISTA NEGRA A GANHAR UM GRANDE SLAM E SER A NÚMERO 1 DO MUNDO GANHA BUSTO EM NOVA YORK

Fonte: O Lance Edição: Adilson Gonçalves

   A  ex-tenista Althea Gibson, primeira afro- americana a jogar o circuito internacional de tênis foi homenageada nesta segunda-feira, dia 26 de agosto, com o descerramento de seu busto, no  complexo de quadras onde é disputado o US Open, em Flushing Meadows, Nova York. Althea também foi e a primeira atleta afro-americana, entre homens e mulheres a ser número 1 do mundo.  A também ex-tenista e número 1 do mundo, Billie Jean King, participou da homenagem.

    Criada no bairro do Harlem, em Nova York, Gibson foi relembrada pelo secretário executivo da America Association - uma organização ligada à USTA dedicado aos tenistas afro-americanos, Bertram Baker, em um capítulo icônico da história do tênis mundial.

   No verão de 1950, Gibson chegou à final do torneio nacional onde enfrentaria a então campeã de Wimbledon, a loiríssima californiana Louise Brough. "Os torcedores gritavam da arquibancada pelo adversária de Althea: 'Bata a preta. Bata a crioula”, relembrou Baker. "Então, o céu se escureceu e uma chuva torrencial caiu. Todos os fãs saíram correndo buscando proteção quando um raio atingiu uma estátua de águia no topo do estádio e então o jogo foi suspenso. Sempre me lembrarei disso como o dia em que os deuses se zangaram", comentou.


   No dia seguinte o jogo foi retomado e em razão de se tratar de uma jogadora negra, a partida chamou atenção da imprensa e Althea Gibson, então com 23 anos, irritada foi derrotada facilmente.

   O episódio não a impediu de seguir no tênis e em 1956 conquistou Roland Garros e foi bicampeã do US Open e Wimbledon em 1957 e 1958.

   “Esta não é apenas uma jogadora que venceu uma tonelada de títulos, é alguém que transcendeu nosso esporte e abriu caminho para as pessoas de cor", declarou a primeira presidente negra da USTA, Katrina Adams. "Sem Althea, eu não existiria, porque o tênis não teria se aberto pra mim. Tudo que ela teve que fazer foi três vezes mais duro do que para qualquer pessoa normal", ressaltou.

   “Ela fez do tênis um lugar melhor, abriu portas e mentes, fez isso com graça e dignidade. Ela está recebendo o reconhecimento que ela merece", destacou Adams.

   Primeira negra a vencer Wimbledon, Gibson foi uma das raras campeãs do mais importante torneio de tênis do mundo a receber o troféu das mãos da rainha Elizabeth II em 1957. Sobre o episódio, em sua biografia 'Eu sempre quis ser alguém', Althea Gibson escreveu sobre o episódio: "Apertando a mão da Rainha da Inglaterra, eu estava longe de ser forçada a sentar na seção dos negros do ônibus".

   Gibson é uma das estrelas do passado recentemente homenageadas pela USTA no complexo de Flushing Meadows, onde é realizado anualmente o US Open. Há dois anos, o homenageado foi Arthur Ashe, primeiro homem negro a vencer um Grand Slam. Ano passado foi a vez de Billie Jean King, um dos nomes mais importantes na liderança das mulheres rumo a profissionalização do tênis.
  A estátua de Gibson fica no complexo, foi feita em mármore e tem assinatura do artista plástico Eric Goulder.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

APLICATIVO MAPA DO RACISMO, DO MP DA BAHIA, É O GRANDE VENCEDOR DO PRÊMIO DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Fonte: Ministério Público da Bahia/ Texto e Edição: Adilson Gonçalves
   O aplicativo Mapa do Racismo, desenvolvido pelo Ministério Público do Estado da Bahia, foi o grande vencedor da edição de 2019 do Prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Além de obter o primeiro lugar na categoria “Comunicação e Relacionamento”, ele foi também o vencedor entre todos os primeiros colocados das demais categorias da premiação nacional, recebendo o inédito prêmio de “Mérito e Afeto” como o projeto mais curtido. A entrega do prêmio aconteceu na cerimônia de abertura do 10 Congresso de Gestão do Ministério Público, na manhã de hoje (22), em Brasília.
Dras Ediene Lousado e Lívia
Santana 
   A procuradora-geral de Justiça da Bahia, Ediene Lousado, e a idealizadora do aplicativo, promotora de Justiça Lívia Santana e Sant’Anna Vaz, receberam os dois troféus, entregues pelo conselheiro Sebastião Caixeta, presidente da Comissão de Planejamento Estratégico do CNMP. O projeto “Mapa do Racismo e da Intolerância Religiosa”  concorreu com outros 1.130 projetos estratégicos inscritos por unidades do Ministério Público de todo o país para concorrer aos prêmios de nove categorias. 

     “Este é um instrumento de combate a um câncer que mina a nossa democracia, que é o racismo. 131 anos depois da declaração de abolição da escravatura no Brasil, o racismo segue sendo um fator determinante de todas as desigualdades do nosso país”, afirmou Lívia Vaz ao receber o prêmio. Ela agradeceu o apoio da procuradora-geral de Justiça, das promotoras de Justiça Márcia Teixeira e Nadja Brito, dos servidores da Central Integrada de Comunicação Social (Cecom) e integrantes da Gestão Estratégica (CGE), representada na oportunidade pelo coordenador Fábio Velloso, e fez um agradecimento especial aos servidores Pedro e Lucas, que trabalham com ela no projeto. “Este aplicativo quebra barreiras e aproxima a sociedade do Ministério Público”, concluiu. 
Lançado em novembro de 2018, o aplicativo possibilita o registro de denúncias anônimas de discriminação racial, intolerância religiosa, injúria racial e racismo institucional e reúne informações sobre casos de racismo e intolerância religiosa no estado da Bahia. De novembro de 2018 a agosto de 2019, foram registradas 117 denúncias,sendo 48 denúncias de racismo, 47 de intolerância religiosa e 22 de injúria racial. As denúncias foram distribuídas para apuração por promotores de Justiça. O aplicativo tem 910 downloads ativos na versão Android e 647 na versão iOS.