quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ALERJ CELEBRA DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA HOMENAGEANDO ROBERTO DEL ROSÁRIO, UM DOS SEUS FUNCIONÁRIOS MAIS QUERIDOS


Reportagem, texto e Edição: Adilson Gonçalves

Mesmo que em tempos de pandemia, a Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj) não deixou de celebrar o Dia da Consciência Negra, homenageando um dos funcionários mais emblemáticos da Casa: R
oberto Del Rosário, de 69 anos, dos quais há 35 nela atua.

Negro, como gosta de ressaltar sempre, Roberto, filho de um espanhol, militar da Marinha de Guerra e de uma jornalista negra, contemporânea do pesquisador Sérgio Cabral pai, nasceu em Duque de Caxias, mas cresceu no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, fazendo do estudos seu alicerce e mola propulsora para crescer pessoal e profissionalmente. Aos 16 anos, prestou exames para o Curso Preparatório para Oficiais da Reserva (CPOR). Inicialmente, serviu no Regimente de Ensino de Infantaria (REI) e depois na Brigada Paraquedista, de onde saiu tenente-capitão. Terminada sua atuação temporária na vida militar, ingressou na fábrica de Coca Cola e depois prestou concurso para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sendo transferido para a Alerj, inicialmente como comissionado e depois como estatutário. Neste meio tempo, cursou Administração nas Faculdades Estácio de Sá, e Educação Física, na Cândido Mendes.

Já dentro da Alerj, ingressou no Departamento de Segurança da Casa, passando por vários setores, como Departamento de Trânsito, chegando à sub-diretoria Geral de Segurança, após participar de cursos de segurança em Curitiba e outros ministrados pela Swat e Bope. Como sub-diretor, implantou a escala atual de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que vigora até hoje.

Sobre a questão do negro no país, Roberto Del Rosário é enfático:


muito triste, em pleno século 21, terceiro milênio, vermos fatos de racismo em todo o planeta, e muito mais ainda no Brasil, a segunda população negra, depois da Nigéria -* ( a entrevista foi realizada antes do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, mortos por dois seguranças da Loja do grupo Carrefour, em Porto Alegre)- Eu sou uma pessoa eclética, tanto na minha vida pessoal, quanto na vida profissional, sempre tratei com distinção toda e qualquer pessoa, seja desde o presidente ao mais humilde funcionário da Casa ou qualquer outro. Já tive embates com algumas poucas pessoas aqui dentro, mas eu já perdoei.

Ainda sobre a questão negra, Roberto Del Rosário, relata que nestas nove legislaturas em que está na Alerj, poucos negros atuaram Casa como parlamentares e os enumera: Benedita da Silva, Edmilson Valentin, Renato de Jesus, Paulada.

-Fico muito contente quando vejo que nesta legislatura, a 12 ª, exista um grande número de negros, no caso, mulheres atuando simultâneamente: Mônica Francisco, Dani Monteiro, Renata Sousa e Enfermeira Rejane. Mas ainda é pouco, deveria ser de no mínimo 30% . Isso sem levar em conta o recorte da sociedade no qual somos mais da metade da população-, afirma Roberto.

Tanto zelo e espírito diligente em sua atuação profissional em 35 anos nas segurança e escolta de presidentes, parlamentares, autoridades, artistas e celebridades, talvez tenham influído no momento de relaxamento, distração ou talvez cansaço de Roberto, quando ele foi atingido por cinco tiros de 45 em uma tentativa de assalto, na Barra da Tijuca, há alguns anos.


Passado o susto, a retomada: há três anos Roberto Del Rosário assessora o presidente da Casa, André Ceciliano, que junto com a Diretora de Comunicação Social da Casa, Cristiane Larangeiras, foi o mentor da homenagem a Roberto e ao Dia da Consciência Negra.

-Sou muito grato aos dois pela homenagem e reconhecimento, com eles, principalmente ao presidente André Ceciliano, com quem atuo mais diretamente, a oportunidade. Estou com 69 anos e meio - risos- e somente pretendo me aposentar, compulsóriamente aos 75 anos, em 2026, quando completarei minha 10 ª legislatura- , encerra.