Fonte: Amazonas Atual/Texto e edição: Adilson Gonçalves
Representantes de órgãos públicos, do
movimento negro e moradores da Avenida Domingos Jorge Velho estarão reunidos na
sexta-feira (4), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para discutir a escolha
da nova identificação da via, localizada no bairro Dom Pedro, Zona
Centro-Oeste. Domingos, além de assassino de
Zumbi de Palmares, foi o responsável pela dizimação do Quilombos dos Palmares e é acusado ainda de caçar índios e exterminar suas aldeias nos estados do Piauí, Paraíba e Ceará.
Zumbi de Palmares, foi o responsável pela dizimação do Quilombos dos Palmares e é acusado ainda de caçar índios e exterminar suas aldeias nos estados do Piauí, Paraíba e Ceará.
A audiência pública cumpre recomendação
do Ministério Público Federal (MPF) sobre a referência à personalidade
histórica escravista. Conforme o MPF, a mudança do nome de bem público que
homenageia transgressores de violações de direitos humanos, além de ser uma
forma simbólica de reparação às memórias das vítimas da escravidão, é um meio
de reconhecimento do dever das instituições públicas de adotar medidas, tanto
de caráter afirmativo, quanto de repressão ao racismo, à intolerância e a toda
forma de discriminação racial negativa.
Após as discussões para a alteração do
nome da avenida, os vereadores vão elaborar projeto de lei determinando o nome
sugerido, em comum acordo com os moradores do local e demais participantes da
audiência pública. A nova denominação deverá fazer referência à uma
personalidade histórica negra. Representantes de órgãos públicos, do
movimento negro e moradores da Avenida Domingos Jorge Velho estarão reunidos na
sexta-feira (4), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para discutir a escolha
da nova identificação da via, localizada no bairro Dom Pedro, Zona
Centro-Oeste. Domingos, além de assassino de Zumbi de Palmares, foi o responsável pela dizimação do Quilombos dos Palmares e
é acusado ainda de caçar índios e exterminar suas aldeias nos estados do Piauí,
Paraíba e Ceará.
A audiência pública cumpre recomendação
do Ministério Público Federal (MPF) sobre a referência à personalidade
histórica escravista. Conforme o MPF, a mudança do nome de bem público que
homenageia transgressores de violações de direitos humanos, além de ser uma
forma simbólica de reparação às memórias das vítimas da escravidão, é um meio
de reconhecimento do dever das instituições públicas de adotar medidas, tanto
de caráter afirmativo, quanto de repressão ao racismo, à intolerância e a toda
forma de discriminação racial negativa.
Após as discussões para a alteração do
nome da avenida, os vereadores vão elaborar projeto de lei determinando o nome
sugerido, em comum acordo com os moradores do local e demais participantes da
audiência pública. A nova denominação deverá fazer referência à uma
personalidade histórica negra.
No dia 6 de fevereiro de 1694, há exatos 315 anos, o bandeirante
Domingos Jorge Velho, apoiado pelas oligarquias coloniais da época e pela própria coroa portuguesa, com um contigente de mais de seis mil homens, destruiu um dos mais importantes focos de organização da luta dos negros ao longo de toda a história brasileira, o Quilombo dos Palmares.
O EXTERMINADOR DO PASSADO, PRESENTE E FUTURO
No dia 6 de fevereiro de 1694, há exatos 315 anos, o bandeirante
Domingos Jorge Velho, apoiado pelas oligarquias coloniais da época e pela própria coroa portuguesa, com um contigente de mais de seis mil homens, destruiu um dos mais importantes focos de organização da luta dos negros ao longo de toda a história brasileira, o Quilombo dos Palmares.
Organizado
no final do século XVI, no interior da Capitania de Pernambuco, o quilombo
transforou-se em uma organização social, econômica e política de resistência
dos negros que fugiam do brutal regime de escravidão imposto na colonia.
Estima-se que ao longo de sua história, o quilombo reuniu cerca de 7 mil
pessoas, entre escravos e também indígenas.
No
Quilombo foram desenvolvidas atividades economicas como a agricultura, durante
o século XVII a colonia impõe uma intensa repressão à organização. Após um dos
seus principais líderes, Ganga Zumba, aceitar um acordo que favorecia as
intensões colonias de destruição do quilombo, ele é morto e a liderança passa
então para Zumbi. Este passa a organizar a população do quilombo em forma de
guerrilhas armadas, abandonando a estratégia mais pacifíca adotada pelo seu
antecessor.
Após
uma série de expedições fracassadas, nas quais as forças coloniais foram
esmagadas pela resistência organizada no quilombo, os quilombolas são
derrotados, Zumbi é morto e decapitado pelas forças coloniais. Sua cabeça é
exposta no Pátio do Carmo em Recife para servir de exemplo para os outros
escravos.
Mesmo
após a sua derrota e a sua dissolução no início do século XVIII, o exemplo do
Quilombo dos Palmares serve para comprovar que os negros não aceitaram a
escravidão de maneira pacífica, como é propagandeado pela historiografia
burguesa. O Quilombo dos Palmares, assim como outros episódios de rebelião dos
negros contra a escravidão, servem para demonstrar a luta estabelecida pelo
negros no período. A própria abolição da escravidão foi resultado dessas lutas.