quinta-feira, 3 de outubro de 2019

ASSASSINO DE ZUMBI DOS PALMARES E EXTERMINADOR DE NEGROS E ÍNDIOS TERÁ SEU NOME RETIRADO DE AVENIDA EM MANAUS


Fonte: Amazonas Atual/Texto e edição: Adilson Gonçalves
Representantes de órgãos públicos, do movimento negro e moradores da Avenida Domingos Jorge Velho estarão reunidos na sexta-feira (4), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para discutir a escolha da nova identificação da via, localizada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste. Domingos, além de assassino de
Zumbi de Palmares, foi o responsável pela dizimação do Quilombos dos Palmares e é acusado ainda de caçar índios e exterminar suas aldeias nos estados do Piauí, Paraíba e Ceará.
A audiência pública cumpre recomendação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a referência à personalidade histórica escravista. Conforme o MPF, a mudança do nome de bem público que homenageia transgressores de violações de direitos humanos, além de ser uma forma simbólica de reparação às memórias das vítimas da escravidão, é um meio de reconhecimento do dever das instituições públicas de adotar medidas, tanto de caráter afirmativo, quanto de repressão ao racismo, à intolerância e a toda forma de discriminação racial negativa.
Após as discussões para a alteração do nome da avenida, os vereadores vão elaborar projeto de lei determinando o nome sugerido, em comum acordo com os moradores do local e demais participantes da audiência pública. A nova denominação deverá fazer referência à uma personalidade histórica negra. Representantes de órgãos públicos, do movimento negro e moradores da Avenida Domingos Jorge Velho estarão reunidos na sexta-feira (4), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para discutir a escolha da nova identificação da via, localizada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste. Domingos, além de assassino de Zumbi de Palmares, foi o responsável pela dizimação do Quilombos dos Palmares e é acusado ainda de caçar índios e exterminar suas aldeias nos estados do Piauí, Paraíba e Ceará.

A audiência pública cumpre recomendação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a referência à personalidade histórica escravista. Conforme o MPF, a mudança do nome de bem público que homenageia transgressores de violações de direitos humanos, além de ser uma forma simbólica de reparação às memórias das vítimas da escravidão, é um meio de reconhecimento do dever das instituições públicas de adotar medidas, tanto de caráter afirmativo, quanto de repressão ao racismo, à intolerância e a toda forma de discriminação racial negativa.


Após as discussões para a alteração do nome da avenida, os vereadores vão elaborar projeto de lei determinando o nome sugerido, em comum acordo com os moradores do local e demais participantes da audiência pública. A nova denominação deverá fazer referência à uma personalidade histórica negra.

O EXTERMINADOR DO PASSADO, PRESENTE E FUTURO

No dia 6 de fevereiro de 1694, há exatos 315 anos, o bandeirante 
Domingos Jorge Velho, apoiado pelas oligarquias coloniais da época e pela própria coroa portuguesa, com um contigente de mais de seis mil homens, destruiu um dos mais importantes focos de organização da luta dos negros ao longo de toda a história brasileira, o Quilombo dos Palmares.
Organizado no final do século XVI, no interior da Capitania de Pernambuco, o quilombo transforou-se em uma organização social, econômica e política de resistência dos negros que fugiam do brutal regime de escravidão imposto na colonia. Estima-se que ao longo de sua história, o quilombo reuniu cerca de 7 mil pessoas, entre escravos e também indígenas.
No Quilombo foram desenvolvidas atividades economicas como a agricultura, durante o século XVII a colonia impõe uma intensa repressão à organização. Após um dos seus principais líderes, Ganga Zumba, aceitar um acordo que favorecia as intensões colonias de destruição do quilombo, ele é morto e a liderança passa então para Zumbi. Este passa a organizar a população do quilombo em forma de guerrilhas armadas, abandonando a estratégia mais pacifíca adotada pelo seu antecessor.
Após uma série de expedições fracassadas, nas quais as forças coloniais foram esmagadas pela resistência organizada no quilombo, os quilombolas são derrotados, Zumbi é morto e decapitado pelas forças coloniais. Sua cabeça é exposta no Pátio do Carmo em Recife para servir de exemplo para os outros escravos.
Mesmo após a sua derrota e a sua dissolução no início do século XVIII, o exemplo do Quilombo dos Palmares serve para comprovar que os negros não aceitaram a escravidão de maneira pacífica, como é propagandeado pela historiografia burguesa. O Quilombo dos Palmares, assim como outros episódios de rebelião dos negros contra a escravidão, servem para demonstrar a luta estabelecida pelo negros no período. A própria abolição da escravidão foi resultado dessas lutas.



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