
Edição: Adilson Gonçalves
Fonte: Uol
A dificuldade de encontrar cosméticos específicos para cuidar dos seus cabelos motivou a jovem Carolina Lima,
"Eu tinha uma necessidade e o que
eu encontrava no mercado não me agradava", diz a empresária.
Junto com a sócia Alana Lourenço, 26,
uma amiga que acompanhava a sua saga para encontrar produtos específicos para
cabelos crespos, ela investiu R$ 20 mil –R$ 15 mil de um empréstimo e R$ 5.000
em recursos próprios– para começar o negócio.
Com o dinheiro, elas desenvolveram o
site, fizeram as instalações da empresa e montaram um estoque para começar as
atividades em outubro do ano passado.
Atualmente, o site revende 60 itens,
como xampús, condicionadores, finalizadores e cremes de tratamento (para
hidratação e reconstrução) de marcas nacionais e internacionais, para cabelos
crespos e cacheados.
A empresa não informa o faturamento e a
margem de lucro. Os preços variam de R$ 6 (creme) a R$ 400 (kit com
quatro produtos – xampú, condicionador, hidratante e óleo).
Sócias
queriam nome de impacto e de fácil fixação
Amigas desde 2005, Carolina Lima e a
sócia se formaram na Faculdade de Jornalismo da Universidade São Judas Tadeu,
em 2008. As duas atuaram no jornalismo até o final de 2011, quando decidiram
mudar de atividade.
Com base na experiência consumidora de
Lima e no conhecimento sobre comércio eletrônico de Lourenço, que fez cursos
sobre a área, elas decidiram montar um plano de negócio com foco no consumo da
mulher negra e na internet como canal de vendas.
Segundo Lima, o nome Prapreta surgiu
logo depois que as sócias definiram qual o público que elas desejavam atingir.
"Queríamos um nome que causasse impacto e que fosse facilmente fixado
pelos consumidores", declara.
Comércio
eletrônico exige investimento em tecnologia e logística
Segundo a consultora Elderci Garcia, do
Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São
Paulo), apesar de o comércio eletrônico baratear os custos do negócio, os
investimentos em tecnologia e em logística devem ser frequentes para quem opera
nessa plataforma de vendas.
De acordo com a consultora,
consumidores que compram produtos pela internet queixam-se de problemas, desde
o pagamento até o prazo de entrega. Reclamações sobre transações com cartão de
crédito e descumprimento do prazo de entrega são corriqueiros.
Como a venda é rápida e há muitos
concorrentes, a consumidora vai logo em busca de outro fornecedor, afirma
Garcia. "Os produtos de beleza são itens da cesta básica da mulher
brasileira. E, por haver muita oferta, sai na frente quem oferece qualidade e facilidades",
diz a consultora.
Cabeleireira cria linha de
produtos para cabelos crespos
Outra empresária que
resolveu apostar na oferta de produtos para o tratamento de cabelos crespos foi
Sheila Silva de Oliveira, 36. Com investimento de R$ 20 mil (site,
matéria-prima e instalações), ela abriu, em maio deste ano, a Makeda
Cosméticos, em São Paulo
(SP).
Oliveira afirma que
começou a perceber a falta de opções de produtos para cabelos crespos ao trabalhar
no salão de beleza da sua mãe. "No dia a dia, eu percebia que as mulheres
com cabelos crespos sofriam para conseguir tratá-los e vi que poderia explorar
melhor este mercado", diz.
Oliveira criou, então,
uma linha de produtos a base de óleos vegetais para mulheres de cabelos
crespos, black power, cacheados e ondulados composta por xampú, ativador de
cachos, creme, hidratante, condicionador e óleo.
Os preços variam de R$
69,90 (ativador de cacho) a R$ 151 (máscara nutritiva) e podem ser encontrados
na loja virtual e na loja física, em São Paulo (SP).
Para reduzir os custos
operacionais, a empresária terceiriza a produção da sua linha. Por mês, ela
fatura de R$ 4.000 a
R$ 5.000.
A empresária não é a
primeira a investir em uma linha específica para cabelos crespos.
Antes dela, a ex-faxineira Zica Assis,
52, que inspirou a criação da personagem de Heloisa Périssé na novela Avenida
Brasil, a cabeleireira Monalisa, abriu a rede de salões de cabeleireiros
Instituto Beleza Natural, especializado em cabelos crespos e ondulados.
Assis, inclusive, já
ganhou destaque até na mídia internacional por figurar entre as dez mulheres de
negócios mais poderosas do Brasil, segundo a revista americana
"Forbes".
Fábrica de fundo quintal prejudica imagem, segundo
especialista
Segundo a consultora de
negócios em
beleza Rose Gonçalves , da empresa Assessoria em Beleza, a
terceirização de uma produção precisa passar por um criterioso controle de
qualidade.
"A empresa pode ser
pequena, mas não precisa ser vista como uma fábrica de fundo de quintal", afirma.
Segundo Gonçalves, para
lançar produtos diferenciados e sair na frente dos concorrentes, é comum alguns
pequenos empresários apressarem as pesquisas para lançar a linha o quanto
antes. Esta prática, de acordo com ela, pode comprometer a qualidade.
"O produto precisa
passar por uma fase de testes de, no mínimo, um ano para evitar problemas com
as consumidoras. Muita química pode causar queda de cabelo, por
exemplo", diz a consultora.
Gonçalves diz também que
é importante fazer estudos de mercado, principalmente dos concorrentes. Segundo
a ABIHPEC, 20 empresas de grande porte, com faturamento líquido acima de R$ 100
milhões, representam 73% do faturamento do setor no Brasil.
Para ela, diante de um
mercado forte, o melhor é investir em internet e em lojas enxutas.
"Portais tipo perfumaria são mais eficientes para quem está iniciando por
terem um custo baixo", afirma a especialista.
Onde encontrar:
Prapreta - Fone: (11) 2506-4024
www.prapreta.com.br
www.prapreta.com.br
Makeda Cosméticos
www.makedacosmeticos.com.br
www.makedacosmeticos.com.br