sexta-feira, 2 de agosto de 2019

CIDADE SECULARMENTE NEGRA E PRIMEIRA CAPITAL DO BRASIL, SALVADOR PODERÁ TER O PRIMEIRO PREFEITO NEGRO ELEITO PELO VOTO POPULAR EM 2020



                     Texto e edição: Adilson Gonçalves Fotos: Redes  Sociais
                Salvador poderá ter até quatro candidatos negros à prefeitura nas eleições do ano que vem: Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, a deputada estadual Olívia Santana (PC do B), a socióloga e ativista social, Vilma Reis e o vereador soteropolitano Moisés Rocha, podem se tornar postulantes ao cargo. Vovô afirma que sua candidatura tem o propósito de “eleger um negro para a prefeitura”.
Võvô do Ilê
“Eu me reuni com o presidente do PDT, Alexandre Brust, e meu nome ficou à disposição, mas a minha ideia é eleger algum prefeito ou prefeita negra para esta cidade. Estamos na cidade mais negra desse país e é importante ter um representante”, declarou o fundador do Ilê, que é o bloco afro mais antigo do Carnaval de Salvador.
A socióloga e ex-ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), Vilma Reis, anunciou na terça-feira, 2 de Julho, sua pré-candidatura à prefeitura de Salvador nas eleições de 2020. O anúncio foi feito por meio da redes sociais.
Vilma Reis
Vilma Reis é conhecida pela luta pelos direitos humanos, em especial pelos direitos da população negra. Ela divulgou sua pré-candidatura na rede social com a legenda “As Mulheres Negras construindo um programa para governar toda Salvador!!!”, seguida de uma imagem com os dizeres “Agora é ela”.

Segundo Vovô, outros nomes de negros com maior visibilidade também podem disputar o comando da prefeitura. “Já vimos os nomes de Vilma Reis e Olívia Oliveira. Vamos aguardar”, disse ele, cogitando ainda a possibilidade do vereador Moisés Rocha ser um deles
Moisés Rocha
“Para a campanha de 2020 nós queremos um prefeito ou uma prefeita negra. Em uma cidade onde a maioria é negra, os secretários são todos brancos, o governador é branco, o prefeito é branco. Então nós queremos essa mudança. Tem vários nomes, Olívia Santana seria um, tem Moisés Rocha também”, afirmou Vovô, no início do ano.

Olívia Santana
Ativistas do movimento negro se manifestaram em apoio à pré-candidatura em seus perfis nas redes sociais, marcando Vilma Reis e repetindo o que parece ser um de seus slogans de campanha, "#bicaonadiagonal”, frase que a socióloga costuma repetir em suas falas públicas direcionadas às mulheres afrodescendentes.
“Estou viva para ver uma prefeita negra nessa cidade! @ Vilma Reis minha candidata !”, escreve internauta na página de Vilma no Facebook.
Luta antirracista
De acordo com informações do Geledés Instituto da Mulher Negra, Vilma Reis é considerada uma referência nacional na luta antirracista e contra o genocídio da juventude negra.
No período de 2015 a 2019, Vilma ocupou o cargo de ouvidora-geral da Defensoria Pública da Bahia e, em seu mandato, destacou-se pela aproximação do órgão a grupos vulneráveis e por pautar a discussão da democratização do sistema de Justiça.
Ainda não há informações sobre qual será o partido que a socióloga deve concorrer ao cargo.
 Cidade secular e predominantemente negra, Salvador somente veio a ter o primeiro vereador negro em 1985, quando Gilberto Gil concooreu ao cargo de vereador pelo Partido Verde.


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Nota da  Redação:

O único negro a comandar a Cidade da Bahia e governar para os soteropolitanos foi o advogado Edvaldo Brito, entre 1978 e 1979, quando fazia parte da antiga Arena e foi escolhido prefeito biônico pelo governador da época, Roberto Santos, de quem tinha sido secretário de Justiça.
Edvaldo Brito já tinha longa história ligada à cultura afro-brasileira, inclusive ocupando o cargo de babá egbé (pai da comunidade, em tradução livre para o português) do tradicional Terreiro do Gantois.
Foi ele também, quando titular da Secretaria de Justiça, talvez o principal responsável pelo Decreto de Lei editado em 15 de janeiro de 1976 pelo governador Roberto Santos para extinguir a necessidade de terreiros de candomblé pedirem autorização à polícia para fazer rituais.
De lá para cá, apenas vice-prefeitos negros ocuparam o cargo principal da cidade quando os titulares do cargo não estavam presentes. Foi o caso do próprio Edvaldo Brito, quando foi vice de João Henrique Carneiro, e da ex-vice-prefeita Célia Sacramento, vice no primeiro mandato de ACM Neto. Fonte: Portal 4P


Um comentário:

  1. O único negro a comandar a Cidade da Bahia e governar para os soteropolitanos foi o advogado Edvaldo Brito, entre 1978 e 1979, quando fazia parte da antiga Arena e foi escolhido prefeito biônico pelo governador da época, Roberto Santos, de quem tinha sido secretário de Justiça.
    Edvaldo Brito já tinha longa história ligada à cultura afro-brasileira, inclusive ocupando o cargo de babá egbé (pai da comunidade, em tradução livre para o português) do tradicional Terreiro do Gantois.
    Foi ele também, quando titular da Secretaria de Justiça, talvez o principal responsável pelo Decreto de Lei editado em 15 de janeiro de 1976 pelo governador Roberto Santos para extinguir a necessidade de terreiros de candomblé pedirem autorização à polícia para fazer rituais.
    De lá para cá, apenas vice-prefeitos negros ocuparam o cargo principal da cidade quando os titulares do cargo não estavam presentes. Foi o caso do próprio Edvaldo Brito, quando foi vice de João Henrique Carneiro, e da ex-vice-prefeita Célia Sacramento, vice no primeiro mandato de ACM Neto.
    Fonte: Portal 4P

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