Edição Adilson Gonçalves
O ministro Luiz Fux afirmou
nesta quinta (22), em discurso durante a solenidade de posse de Joaquim Barbosa
na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que o colega é
"paradigma de cultura, independência, coragem e honradez".
Fux
afirmou que Barbosa se destaca pela "lavra de seus julgados e a
inteligência singular de sua pena". O ministro também destacou o
"senso ético" do novo presidente do Supremo nos julgamentos.
Sobre
o atual momento do Supremo, Fux disse que o tribunal está aberto para o diálogo
com a sociedade e não se julga "titular soberano da verdade".
"O
Supremo Tribunal Federal tem se aberto ao diálogo com a sociedade e os demais
poderes constituídos, como comprovam as audiências realizadas. Mais do que
pluralizar o debate, essa interação constante com os mais diversos autores é
indicativa de que o Supremo não se julga titular soberano da verdade, mas
confia nas múltiplas vozes da sociedade."
Para
Fux, o Supremo está preparado "para confronto eventual contra qualquer
força oposta aos seus julgados".
"A democracia brasileira funciona a todo vapor e esses novos desafios não poderiam encontrar melhor capitaneados no Supremo Tribunal Federal pela mente e pelo coração de Joaquim Barbosa. E pela união institucional e espartana da corte, preparada para julgamento mais árduos e para o confronto eventual contra qualquer força oposta aos seus julgados, quer pretendam macular a instituição como um todo, quer elejam eventuais algozes para encobrir os desmandos movidos por desvarios e insensatez antirrepublicanas", declarou.
"A democracia brasileira funciona a todo vapor e esses novos desafios não poderiam encontrar melhor capitaneados no Supremo Tribunal Federal pela mente e pelo coração de Joaquim Barbosa. E pela união institucional e espartana da corte, preparada para julgamento mais árduos e para o confronto eventual contra qualquer força oposta aos seus julgados, quer pretendam macular a instituição como um todo, quer elejam eventuais algozes para encobrir os desmandos movidos por desvarios e insensatez antirrepublicanas", declarou.
O
ministro comentou as críticas ao Supremo de que estaria "judicializando a
política", adotando atribuições próprias do Poder Legislativo. Segundo
ele, a lei atribui ao Supremo a tarefa de aplicar a Constituição Federal.
Para
Fux, o Supremo tem agido com "inegável respeito às legítimas manifestações
dos outros poderes da República". "Pode-se mesmo dizer que jurisdição
constitucional travada pelo Supremo possui um escopo mediador", afirmou.
Nas
últimas cerimônias de posse no Supremo quem discursou em nome dos demais foi o
ministro com mais tempo de tribunal - atualmente, esse ministro é Celso de
Mello. Mas não existe uma regra quanto a isso, segundo o cerimonial do STF. Por
isso, Joaquim Barbosa convidou Fux, de quem é amigo pessoal, para falar em nome
do tribunal.
Fux
mencionou a trajetória de Barbosa, os livros escritos pelo magistrado e os
estudos do ministro fora do Brasil. Ele disse ainda que o novo presidente do
Supremo foi professor de direito constitucional. Sobre a carreira pública de
Barbosa, Fux ressaltou que o novo presidente foi "combativo membro do
Ministério Público Federal" e servidor do centro gráfico do Senado.
"É
importante neste momento, eminente ministro Joaquim Barbosa, ressaltar a sua
profícua contribuição para a construção de uma Suprema Corte de vanguarda,
compremetida sobretudo com [...] a consolidação das instituições
democráticas."
O
ministro destacou a participação de Joaquim Barbosa no julgamento do Supremo
que liberou o aborto em casos de gravidez de feto anencéfalo e citou decisões
do Supremo que classificou com importantes "no plano político
institucional", como a validação da Lei da Ficha Limpa.
Dilma,
Lewandowski e Ayres Britto
No início do discurso, Fux iniciou o discurso saudando a presidente Dilma Rousseff pela "honrosa indicação ao Supremo". Em outro momento de sua fala, disse que a presidente tem "amor à coisa pública".
No início do discurso, Fux iniciou o discurso saudando a presidente Dilma Rousseff pela "honrosa indicação ao Supremo". Em outro momento de sua fala, disse que a presidente tem "amor à coisa pública".
Luiz
Fux também elogiou o novo vice-presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski,
dizendo que ele é "jurista da mais alta estirpe" e homenageou o
ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto, que se aposentou no último dia 18 ao
completar 70 anos e no lugar de quem Barbosa assumiu. Ao ter o nome mencionado,
Britto foi aplaudido pelo público presente à posse.
Fux
também foi alvo de aplausos quando destacou a necessidade de o juiz ter
independência. "Nós os juízes não tememos nada nem a ninguém",
declarou Fux.
Ao
final do discurso, pediu que Barbosa lute por um Judiciário independente.
"Sua excelência ministro Joaquim Barbosa, rogamos que lute como Gonçalves
Dias uma luta em prol de um Judiciário probo, ativo e independente."
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