Edição: Adilson Gonçalves/ Fonte: site da CBF
Ronaldo Fenômeno:"Racismo é crime" |
Um basta à discriminação e à intolerância. No momento em que a prática do racismo no futebol ganha novamente repercussão no cenário do debate em todo o mundo, com o surgimento de demonstrações recentes, como foi o caso do jogador brasileiro Edimar, no Campeonato Grego, a CBF entra em campo para promover uma campanha de repúdio que vai se materializar na 37ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A 2011, a "Rodada contra o Racismo".
A mensagem que a entidade vai passar nos jogos da "Rodada contra Racismo", a penúltima do Campeonato Brasileiro da Série A neste ano, é de protesto contra a intolerância que tem hostilizado muitos jogadores em gramados de vários países, e que deveria merecer a mais veemente condenação de todo o universo do futebol, como alerta o presidente Ricardo Teixeira.
- Racismo não se resolve com aperto de mão e nem quem sofre esquece no dia seguinte. Não é justificável pelo calor de uma partida, não pode ser interpretado como gesto de torcedor. É algo intolerável, que não condiz com o esporte. O futebol, como catalisador de transformações no mundo e fenômeno capaz até de interromper guerras, deve ter um papel primordial na busca de soluções para essa prática - diz o presidente.
A CBF, a confederação que tem o maior número de jogadores vítimas de preconceito, se vê na obrigação de promover uma ampla campanha contra o racismo no futebol e chamar a atenção para essa prática inaceitável para o convívio social.
- As pessoas que não entenderem que o futebol é para todos e não apenas para uma raça devem ser banidas definitivamente do esporte. Não adianta utilizar dinheiro para fazer campanhas hipócritas que não produzem efeito algum. Devemos mergulhar de cabeça nesta questão e punir exemplarmente quem comete esse tipo de intolerância. Nosso desejo é envolver os jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores em um movimento capaz de mudar essa situação - ressaltou.
A campanha da entidade de dar um basta ao racismo recebeu nesta quinta-feira duas adesões imediatas. O técnico da Seleção Brasileira Mano Menezes mostrou-se incisivo na condenação do preconceito, uma prática que, para ele, não pode ser tratada com condescendência e com tentativas hipócritas de pedido de desculpas, mas sim com o rigor que a grave situação merece.
CBF marca gol de placa com a campanha contra o racismo |
Ricardo Teixeira:"o futebol é o catalisador de emoções no mundo |
O racismo no futebol não pode ser tratado e não admite meio termo. Tem de ser resolvido de maneira forte. É muito cômodo uma pessoa apertar a mão da outra depois do jogo para pedir desculpa por uma ofensa ao que ele tem de mais sagrado e significativo. A solução é buscar nos mecanismos legais que já existem a forma de haver uma punição muito rígida.
O coordenador das Seleções de base da CBF Ney Franco também condenou com veemência o racismo no futebol. Ele vivenciou recentemente, no Sul-Americano Sub-20 do Peru, em janeiro, um caso que o deixou sensibilizado e ao mesmo tempo incrédulo com o que acabara de testemunhar.
Diego Maurício foi insultado em janeiro deste ano no Peru |
- Custei a acreditar que aquilo estivesse acontecendo. No Peru, em um jogo contra a Bolívia, na cidade de Moquegua, uma parte dos torcedores insultou o Diego Maurício com ofensas racistas. Foi chocante e muito triste.
Ney não tem dúvida sobre o que tem der feito para banir o racismo nos estádios.
- A FIFA tem de fazer uma campanha para punir com rigor todos que pratiquem o racismo. Claro que não basta um aperto de mão ou um pedido de desculpa, é preciso haver punição.
Além dos dois técnicos, o ex-jogador Ronaldo, ídolo do futebol mundial, também comentou os recentes casos de discriminação que tem acontecido no esporte.
- Racismo é crime, vários companheiros meus já viveram isso de perto e é muito triste. Isso já deveria ter sido banido do planeta faz tempo - disse o Fenômeno.
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