Uma mulher negra foi acusada por um casal
de idosos brancos de ser a autora do furto da carteira de outra mulher, branca,
no interior de um ônibus do transporte público de Curitiba. A Polícia foi
acionada e após a revista feita pelos policiais militares, alertados por outros
passageiros constataram que a verdadeira autora do furto era outra
mulher, branca, que viajava na parte traseira do coletivo. O caso
aconteceu há exatamente uma semana, dia 16, quinta-feira, dentro de um ônibus
bi-articulado na capital paranaense. Um vídeo do incidente foi feito
e postado nas redes sociais e até este domingo, 19, tinha
atingindo mais de 8 mil visualizações e 7, 8 mil
compartilhamentos.
Em
nota emitida à imprensa, a Polícia Militar informou que uma guarnição da
corporação foi acionada, no dia 16/01/2020, por volta das 14h20, na região
central de Curitiba, atendendo à uma comunicação do furto de uma carteira em um
bi-articulado, e prontamente agiu. Segundo ainda a assessoria, “Os policiais
entraram no ônibus, fizeram uma avaliação imediata e abordaram quem as vítimas
indicaram, conseguindo, assim, recuperar os pertences das vítimas idosas que,
naquele momento, encontravam-se em situação de vulnerabilidade. A PM abordou, neste caso, uma mulher negra, que
foi indicada pelas vítimas, mas fez a abordagem com o consentimento dela, assim
como abordou outra mulher, igualmente indicada no local”.
A Assessoria
de Direitos Humanos – Promoção da Igualdade Racial paranaense, através de
sua titular, Marli Teixeira Leite, lamentou o fato:
“É um
caso que nos deixa extremamente tristes. Lamentamos que após 132 anos da
abolição da escravatura a cor da pele continue definindo as chances de
abordagem policial, o tratamento dado pela Justiça, e a intolerância as
religiões de matrizes africanas. A Assessoria da Promoção da Igualdade Racial
sempre promove campanhas publicitárias para combater o racismo e a injúria
racial. Neste ano vamos intensificar os trabalhos”, explicou Marli Teixeira
Leite, assessora da Promoção da Igualdade Racial.
As
campanhas trabalham com orientações e explicam o que configura os crimes de
racismo, preconceito e injúria racial. Marli Teixeira Leite explica ainda que
pessoas negras que se sentirem discriminadas podem procurar a Assessoria da
Promoção da Igualdade Racial para pedir apoio e orientações.
A Assessoria fica na Rua Barão do Rio Branco, 45, 2º andar, no
Centro de Curitiba. O telefone de contato é o 3221-2712.
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