Edição: Adilson Gonçalves Fonte: PCO
Em 18 de agosto de 1963, o estudante de militante da causa
negra, James Meredith, se tornou o primeiro negro a se formar na Universidade
do Mississipi, sul dos Estados Unidos, um dos estados mais conservadores e
racistas dos EUA.
Dois anos antes o estudantes negro
já havia causado revolta no estado em virtude de ter se inscrito na
universidade. Ele enfrentou a ira e os protestos dos brancos racistas do
Mississipi.

Meredith nasceu em Kosciusko, no
então segregado Mississipi. Depois de estudar em escolas só permitidas para
negros, alistou-se nas Forças Armadas e serviu a Aeronáutica de 1951 a 1960.
No final de 1961 decidiu pedir
transferência para a Universidade do Mississipi que à época estava sob os
ditames da legislação racista do Estado, e assim só aceitava estudantes
brancos. O Mississipi estava em desacordo com a decisão da Suprema Corte, que
em 1954, no caso Brown vs. Education, já havia determinado que o racismo não
poderia ser usado em instituições de ensino.
Obviamente a universidade não quis
aceitar o rapaz, tendo deferido seu pedido após
Meredith provocar a justiça
local e conseguir um parecer favorável. A decisão final só saiu através da
Suprema Corte que, no mesmo ano, determinou a aplicação de seu pedido.
Sua entrada na universidade foi
forçada e precisou de ajuda até mesmo das Forças Armadas. Vários conflitos
foram registrados, e duas pessoas morreram, incluindo um jornalista francês
encontrado morto com um tiro nas costas.

Numa entrevista à CNN, por ocasião
das comemorações do 40º aniversário do fim da segregação na Universidade do
Mississipi, ele afirmou: “Naquela época eu estava envolvido numa guerra. Me
considerava numa guerra desde o Dia 1 na universidade. E meu objetivo era
colocar o governo federal – o governo John Kennedy, na época – numa posição em
que eles teriam que usar a força militar dos Estados Unidos para garantir meus
direitos como cidadão americano”.
A relação de Meredith com o
Movimento Negro teve várias crises, sendo umas das maiores quando Meredith foi
usado pelo Partido Republicano em diversas situações, sendo duramente criticado
pelo movimento pelos direitos civis.
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