Edição: Adilson Gonçalves
Texto: Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) deve
entregar até o fim deste ano, à Presidência da República, uma proposta de
decreto presidencial para regulamentar as cotas para negros nos concursos
públicos federais, de acordo com o que prevê o Estatuto da Igualdade Racial.
Após reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e 19 segmentos do movimento
negro do país, a ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse que o objetivo é
buscar segurança jurídica para a medida.
“Hoje a
presidenta reafirmou a posição que ela tem de que a questão das ações
afirmativas, e mais especificamente a das cotas, constitui um elemento central
da luta pela promoção da igualdade no Brasil”, disse a ministra. “Agora, dentro
do governo, o que nós temos que buscar em relação às cotas no serviço público é
toda a segurança jurídica necessária para que essa medida possa ser levada para
avaliação final da presidenta.”
O frei
David, diretor executivo da Educafro, organização não governamental que tem a
missão de promover a inclusão da população negra e pobre nas universidades
públicas e particulares, disse que a cota racial no serviço público é o
reconhecimento do povo negro, que "há 513 anos [está] sofrendo, querendo
inclusão". "Entendemos que a cota no serviço público é o
empoderamento de um povo que, quanto mais tiver empoderamento, mais
tranquilidade vamos ter e menos violência”, acrescentou.
A
ministra disse que a questão da educação foi amplamente discutida no encontro.
Um dos participantes da reunião foi o ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
que defendeu a necessidade de ações afirmativas para o acesso de negros ao
ensino superior e também o compromisso com a implementação da Lei 10.639, de
2003, que torna obrigatória o ensino da cultura africana e afro-brasileira nas
escolas. “Foi tratado como um elemento muito importante para que se combata o
racismo e os preconceitos contra as matrizes africanas no Brasil”, relatou
Luiza Bairros.
Além
dos temas educacionais e do serviço público, a ministra ressaltou a discussão
sobre o alto índice de violência contra jovens negros no
país. “A questão do extermínio da juventude negra, das mortes violentas entre
os jovens negros, foi objeto de comentários da Presidência da República, que
chegou, inclusive, a sugerir a formação de um fórum”, disse ela. Segundo ela, o
fórum seria coordenado pela Seppir e pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH)
para discutir com mais profundidade políticas de segurança que levem em conta a
situação da juventude negra no país.
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