MANIFESTAÇÕES ESTÃO PREVISTAS PARA O PRÓXIMO SÁBADO.
TEMENDO O PIOR, PRESIDENTE BARACK OBAMA PEDE CALMA À POPULAÇÃO
Edição: Adilson Gonçalves Fontes:
Exame, G1
A absolvição do vigia branco George
Zimmerman, acusado de matar o jovem negro Trayvon Marin na Flórida, reacendeu o
estigma racial nos Estádios Unidos, levando
o presidente Barack Obama a pedir calma à população. No último domingo, dia 14,
milhares de pessoas foram às ruas em Nova York , Los Angeles, Chicago e Atlanta, entre
outras cidades, para protestar contra o polêmico veredicto alcançado por um
júri composto por seis mulheres (cinco brancas e uma de origem hispânica), que
declarou Zimmerman, de 29, inocente da morte de Trayvon Martin, de 17.
Outros
protestos estão marcados para o próximo sábado, dia 20 de julho em 100 cidades
dos Estados Unidos. “Haverá manifestações diante de prédios federais, para
pressionar o governo e defender nossos direitos cívicos”, anunciou Al Sharpton,
líder da Rede de Ação Nacional (National Action Network, NAN), organização de
defesa dos direitos cívicos. Ele se declarou confiante de que o governo federal
vá rever o caso.
Pelo
menos seis pessoas foram detidas em Los Angeles na madrugada desta segunda, quando
forças policiais dispersaram uma 'concentração ilegal' que acontecia em
Hollywood, perto do prédio da rede CNN. Outras 15 pessoas foram presas em Nova York , a maioria por
desordens, segundo a polícia. Todas foram liberadas depois.
O
julgamento que terminou no sábado, em Sanford, centro da Flórida, dividiu o
país entre os que acreditam que Zimmerman, um americano de mãe peruana, agiu em
legítima defesa e aqueles que pensam que o vigia foi motivado por preconceito
racial contra Martin. Zimmerman foi acusado de perseguir e atirar em Martin,
que estava desarmado, durante uma briga entre os dois na noite de 26 de
fevereiro de 2012.
'É
uma vergonha que, em 2013, tenhamos um veredicto que legitima o assassinato de
um negro porque se aceita o uso das armas de um civil contra outro', disse à
AFP Amanda Hooper, uma jovem estudante de Nova York que estava de visita a
Sanford e acompanhou as manifestações na frente do tribunal.
No
domingo, após a explosão dos protestos, o presidente Obama pediu calma.
'Sei
que esse caso provocou intensas paixões. No dia seguinte ao veredicto, sei que
essas paixões podem se intensificar. Mas somos um estado de direito, e um júri
falou', afirmou Obama, em nota à imprensa.
SUPREMACIA BRANCA
No ano passado, o caso já havia provocado manifestações em massa em várias cidades do país, que fizeram o presidente desabafar: 'Se tivesse tido um filho, ele seria parecido com Trayvon'. Na época, Obama convocou um debate sobre o racismo e a lei de armas da Flórida, que ampara a defesa pessoal.
No ano passado, o caso já havia provocado manifestações em massa em várias cidades do país, que fizeram o presidente desabafar: 'Se tivesse tido um filho, ele seria parecido com Trayvon'. Na época, Obama convocou um debate sobre o racismo e a lei de armas da Flórida, que ampara a defesa pessoal.
Em
contrapartida, o veredicto de sábado foi aplaudido por defensores das armas,
por todos aqueles que apoiam a lei conhecida como 'Stand Your Ground' ('Defenda
sua posição', em tradução livre). Essa lei permite o uso de armas por parte de
quem se sentir ameaçado de morte.
Até
o momento, os moradores da Flórida reagiram com calma. No sermão de domingo, as
igrejas incluíram mensagens de paz pelo veredicto, além de pedir que a luta por
justiça seja travada nas instâncias adequadas.
Valerie
Houston, uma influente pastora da igreja Allen Chapel AME em Goldsboro, o
bairro negro de Sanford, citou o líder Martin Luther King em seu
sermão de
domingo, para lembrar que 'a violência (em resposta) à violência apenas traz
ódio'. Ainda assim Valeria declarou que, com a decisão judicial, 'o dia a dia
do meu povo ainda está escravizado pela sociedade da supremacia branca'.
O algoz e vítima |
Os
pais de Trayvon Martin, ausentes durante o veredicto, pediram manifestações
pacíficas, citando Martin Luther King e a Bíblia.
DÚVIDA
RAZOÁVEL
As juradas que absolveram Zimmerman da
acusação de assassinato em segundo grau - com a possibilidade de pena de prisão
perpétua - e homicídio culposo - pena máxima de 30 anos de prisão - não
explicaram as razões de seu veredicto, porque isso implicaria revelar sua
identidade publicamente. O tribunal respeitou a escolha das integrantes do júri
de manter o anonimato.
A
decisão das juradas se baseou nas 27 páginas de instrução entregues pela juíza
Debra Nelson, que incluíam duas seções com uma opção para declarar o réu
inocente: uso justificado de força letal e dúvida razoável.
Juíza Debra Nelson ao proferir a sentença |
Antes
do início das deliberações, na sexta-feira, a juíza disse ao júri que, segundo
a lei da Flórida,'o homicídio de um ser humano é justificável e lícito, se for
necessário, quando se resiste a uma tentativa de assassinato, ou se comete um
crime grave em relação a George Zimmerman'. A Flórida é o estado com maior
número de pessoas armadas nos Estados Unidos.
Durante
quase três semanas, as seis integrantes do júri ouviram dezenas de depoimentos
que podem ter criado uma 'dúvida razoável'.
'George
Zimmerman não é culpado, se existe uma 'dúvida razoável' de que agiu em
legítima defesa', disse o advogado Mark O'Mara às seis integrantes do júri na
sexta-feira, antes que começassem a deliberar. Ele insistiu nessa tese, quando
comemorou o veredicto no sábado à noite.
MORTE
TRÁGICA E DESNECESSÁRIA
Holder: "Morte desnecessária" |
No domingo, o Departamento de Justiça
lembrou que há um ano continua aberta uma investigação federal sobre o caso e
que pretende rever a possibilidade de uma ação civil.
Já
o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, lamentou a 'trágica,
desnecessária' morte de Martin.
'Independentemente
da determinação legal que foi adotada, acho que essa tragédia oferece uma nova
oportunidade para a nossa nação falar honestamente sobre os problemas
complicados e emotivos que esse caso apresentou', afirmou.
O
governo deixou claro que manterá distância da polêmica e que Barack Obama não
vai interferir na investigação federal sobre a morte de Trayvon Martin,
declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
'Essa
é uma decisão tomada pelo Departamento da Justiça, pelos promotores com
experiência', afirmou Carney, em sua conversa diária com a imprensa,
acrescentando que 'esse não é um caso, no qual o presidente esteja envolvido'.
Teriam q fazer o mesmo com o branco pra ver se elas iriam absolver...
ResponderExcluirDente por dente, olho por olho, porq a lei dos homem é cega...
MEU CARO DESCONHECIDO, DISCORDO, MAS RESPEITO SUA OPINIÃO
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