quinta-feira, 16 de junho de 2011

MÍRIAN FICHTNER LANÇA EXPOSIÇÃO DE FOTOS SOBRE RELIGIÃO AFRO-GAÚCHA NO CENTRO CULTURAL DA JUSTIÇA FEDERAL

Mostra reúne 153 fotos que retratam
a afro religiosidade gaúcha
Está em exposição no Centro Cultural da Justiça Federal a mostra de fotografias “Cavalo de Santo – Religiões afro-gaúchas”  da gaúcha Mírian Fichtner. São 153 fotos focalizando  os ritos das religiões africanistas da região do sul do Brasil, registradas entre 2006 e 2010. A obra tem por objetivo incentivar a reflexão sobre a postura diante das diferenças culturais, étnicas e religiosas. A mostra vaí até dia 29 de  junho.

Mãe Ana de Oná e pai Neco de Oxalá, com a filha carnal Andressa-  em cima, à esquerda;
embaixo, exus e pombagiras na festa de 41 anos de assentamento do Exu Belo.
 Ao lado na foto maior, filha de Oxum no reino de Oxalá
 A obra fotográfica é resultado de uma pesquisa de mais de quatro anos, baseada nos dados do Censo de 2000, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontava que o Rio Grande do Sul é o Estado que reúne, proporcionalmente, o maior número de adeptos declarados, bem como terreiras, de religiões africanas no Brasil.

Mãe Graça de Oxum Taladê, acompanhada do filho,
do neto e da mãe pequena, no Cais do Porto de Rio Grande/RS

Durante a execução do trabalho, Mirian contou com o apoio do produtor cultural e jornalista Carlos Caramez e do antropólogo Ari Pedro Oro, um dos maiores especialistas em religiões do País. Entre 2006 e 2010, Mirian pesquisou cem terreiros, visitou mais de 30 casas e escolheu 13 para documentar, produzindo mais de 10.000 fotos.

Pai Diba, à esquerda, autografa o livro,
 enquanto Mírian, ao centro, dá entrevista à TV
  Destas, 153 foram selecionadas para integrar o livro, que foi impresso no formato 28cmX28cm, com 168 páginas e textos bilíngues (português-inglês).
-É também uma forma de homenagear a ancestralidade. Aqui em Rio Grande, eu pude realmente sentir o poder da espiritualidade, da natureza, dos orixás. Pessoalmente, eu pude desenvolver a fé e ver o quanto a crença faz a diferença em nossa vida", completou a autora.
Mirian, à direita, produziu mais
 de 10 mil fotos entre 2006 e 2010
Através das fotos, é possível perceber a dimensão social e humana das práticas populares no Estado, destacando rituais e festas, além dos personagens e das diferentes manifestações da fé: o batuque, a umbanda e a linha cruzada. "Cavalo de Santo" traduz, em imagens, a união do belo com o sagrado, estabelecendo-se como documento que contribui para a divulgação, o resgate e a preservação dessa cultura.
Serviço: Centro Cultural Justiça Federal (CCJF)
Avenida Rio Branco, 241, Centro, TEL.: (21) 3261-2550
Os 12 Orixás mais cultuados no Rio Gtande do Sul,
 com o Pai Cleon de Oxalá ao centro, às margens do Rio Guaíba




quarta-feira, 15 de junho de 2011

QUILOMBOLAS AMEAÇADOS DE MORTE RECEBEM APOIO DO GOVERNO FEDERAL




Quilombolas protestam em frente ao
Tribunal de Justiça do Maranhão, denunciando
a ação de grupos de extermínio
  Na terça-feira, 14 de junho, uma comissão do Governo Federal composta por representantes da Fundação Cultural Palmares (FCP), da Secretaria de Direitos Humanos (Sedh), da Secretaria de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial e (Seppir) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) se reuniu com quilombolas ameaçados de morte por grupos de extermínio no Estado do Maranhão.
O encontro teve como objetivo debater a situação dos moradores de quilombos que lutam pela titulação de suas terras. O resultado foi a garantia de proteção das pessoas ameaçadas e a construção de uma agenda com as Ministras Luiza Bairros, da Seppir, Maria do Rosário, da Sedh, e os presidentes da FCP, Eloi Ferreira, e do Incra, Celso Lacerda, que acontecerá no próximo dia 22 em São Luiz.
A Fundação Cultural Palmares acompanha o protesto dos quilombolas desde seu início em 1° de junho e providenciará assistência jurídica para as comunidades envolvidas. De acordo com Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA/FCP), 14 dos quilombolas ameaçados de morte passaram por uma triagem para serem atendidos pelo Programa Nacional dos Defensores de Direitos Humanos da Sedh. “O objetivo é garantir a proteção dos moradores dos quilombos contra violências e ameaças de morte”, explica o diretor.
Participando do programa, os quilombolas passam a ser protegidos e a exercer suas funções com segurança nas comunidades onde vivem. Durante a audiência que aconteceu no Ministério Público Federal do Maranhão, a Sedh também se comprometeu em visitar e monitorar outras comunidades para orientá-las e ouvir suas demandas no que diz respeito à segurança.
REIVINDICAÇÕES – Na reunião acordada entre as instituições governamentais e as lideranças quilombolas para o dia 22 de junho, o Governo Federal apresentará um conjunto de ações articuladas tendo em vista a melhoria da qualidade de vida da população destas comunidades. A pauta foi agendada em atendimento as reivindicações que incluem também energia elétrica, construção de casas e escolas, água potável, ações afirmativas para a saúde e políticas públicas culturais, regularização fundiária e geração de trabalho e renda. O presidente Eloi Ferreira já confirmou presença.
Outra demanda dos manifestantes foi a representação da Fundação Palmares no Estado do Maranhão. De acordo com Ferreira, já existe uma portaria que garante a construção de representações em vários estados, porém, são grandes as chances de que a do Maranhão comece a funcionar ainda este ano.
HISTÓRICO – Desde o dia 1° de junho, mais de cem quilombolas protestam contra a lentidão da Justiça em demarcar suas terras. O protesto incluiu acampamento, ocupação da sede do Incra no estado e greve de fome. A demora nas decisões judiciais fez com que os moradores das comunidades se tornassem vítimas de grupos de extermínio lideradas por fazendeiros.
No último ano foram registrados 176 conflitos entre os grupos, cinco quilombolas foram assassinados e outros 27 estão jurados de morte. Além das comunidades de Cruzeiro e Charco, outras 40 passam por situação semelhante apenas no Maranhão. Ao todo, 365 comunidades quilombolas do estado são certificadas pela Fundação Palmares, 55 têm processos instaurados para o reconhecimento e 15 aguardam publicação no Diário Oficial da União. Além dessas, outras 380 comunidades remanescentes de quilombos atendem ao perfil para receber a certificação da Palmares, mas ainda não solicitaram a abertura do processo.
Em decorrência dos conflitos territoriais, todos os pedidos de certificação do Maranhão solicitados à Fundação Palmares poderão ser autorizados ainda este ano. O Incra conta atualmente com 227 processos de titulação. Destas, cinco já foram registradas como áreas de interesse social. Isto significa que já estão em fase de titulação.

CAÓ E MRLB CONVIDAM PARA MISSA DE SÉTIMO ANO DE MORTE DE LEONEL BRIZOLA

Carlos Alberto Caó e Movimento de Resistência Leonel Brizola (MRLB)) convidam companheiros e companheiras  para a realização da missa in memorian  pelo sétimo ano da morte de nosso eterno líder,  governador Leonel de Moura Brizola, no próximo dia 21, terça-feira, às  12 h 15 min, na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, na Rua Rodrigo Silva, 7, esquina Rua São José.
Serviço: Nossa Senhora do Parto
End.:
 Rua Rodrigo Silva, 7
Bairro: Centro
CEP: 20011-040
Telefax: 2292-8892

LUIZA BAIRROS CITA "LEI CAÓ" EM PRONUNCIAMENTO NA ONU COMO UM DOS EXEMPLOS DE AVANÇO NA LUTA CONTRA O RACISMO NO BRASIL

                                Foto: Seppir
Luiza Bairros citou a lei de autoria de Caó como um dos exemplos
 de avanço na luta contra o racismo em pronunciamento na ONU
Fonte: Seppir
O instrumento das cotas e o Programa Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia foram ações afirmativas citadas nesta quarta-feira, dia 15, pela ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, para caracterizar o compromisso do Governo do Brasil com a igualdade racial. O discurso, proferido no Painel sobre boas práticas no combate ao racismo, durante a 17ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, Suíça, revelou momentos importantes da trajetória recente para a afirmação da questão racial no país, destacando o papel do movimento negro.
A ministra iniciou o discurso agradecendo o convite do Alto Comissariado para sua participação na 17ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, justamente em 2011 - Ano Internacional dos Afrodescendentes, após dez anos da III Conferência Mundial contra o Racismo. Outra ressalva introdutória destacou o desempenho dos movimentos sociais negros para que os temas do racismo e da promoção da igualdade racial se consolidassem como questões nacionais.

- Ao longo do século XX, a pauta de demandas de diferentes organizações políticas e culturais formou a base sobre a qual, mais tarde, se construiriam as primeiras respostas do Estado brasileiro no âmbito da igualdade racial -, disse a ministra para, em seguida, registrar o falecimento recente do militante Abdias Nascimento, cuja trajetória como escritor, jornalista, artista plástico, dramaturgo, deputado federal e senador, o tornou um ícone dos avanços obtidos pela população negra brasileira.

O Alto Comissariado da ONU conheceu momentos significativos da trajetória recente para a afirmação da questão racial no Brasil. Desde a definição do racismo como crime inafiançável e imprescritível – lei 7716/1989,de autoria de Carlos Alberto Caó  - e o reconhecimento do direito à terra dos Quilombos (Constituição de 1988), passando pela Marcha Zumbi contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida, realizada pelo movimento negro em 1995, e a participação do governo brasileiro e da sociedade civil na III Conferência Mundial contra o Racismo, em 2001, até a criação da Seppir.

O retrospecto dos marcos histórico revelou ainda que, nos últimos dez anos, o Brasil avançou no debate e no enfrentamento aos efeitos do racismo na vida das pessoas negras, as quais, de acordo com o Censo Demográfico de 2010, representam 50,6% da população total.

O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), e as Conferências correlatas, nas quais 60% dos delegados são de organizações da sociedade civil e 40% representam órgãos governamentais, também foram citados entre os mecanismos ligados ao princípio democrático.

Segundo a ministra, são estes mecanismos, instituídos e coordenados pela Seppir, que têm contribuído, de um lado, para ampliar a repercussão do debate sobre a questão racial na esfera pública, de outro lado, para assegurar a permanência do compromisso governamental com a igualdade racial. Como resultados desse processo, ela citou a adoção de ações afirmativas, a implementação de programas como o Universidade para Todos (Prouni), a instituição da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e a execução do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e da Cultura Afro-brasileira e Africana, traduzido na Lei 10.639/2003.

terça-feira, 14 de junho de 2011

AMEAÇADOS DE MORTE, QUILOMBOLAS FAZEM GREVE DE FOME NO MARANHÃO

Foto: Fabio Oliveira

Cinquenta e nove líderes quilombolas
estão ameaçados de morte no Maranhão;
 um já foi assassinado e, em maio, outro alvejado
     Dois padres e 17 quilombolas que haviam iniciado uma greve de fome na última quinta-feira em São Luís, no Maranhão, decidiram encerrar os protestos na noite desta sexta-feira. Eles ocupam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na capital maranhense há dez dias, junto de outros representantes de 40 comunidades quilombolas.
     A intenção de invadir o local e fazer greve de fome é de chamar a atenção do governo para episódios violentos envolvendo líderes quilombolas em disputas de terras no Estado.
     Segundo a Comissão Pastoral da Terra, 59 líderes estão ameaçados de morte no Maranhão.
No ano passado o líder quilombola Flaviano Pinto Neto foi assassinado a tiros e em 31 de maio deste ano a casa de outro líder local foi alvo de três tiros.
      Os manifestantes querem que a Secretaria de Direitos Humanos, comandada pela ministra Maria do Rosário, garanta segurança aos quilombolas. A ministra falou com os manifestantes por telefone na tarde desta sexta e também pediu à governadora Roseana Sarney um reforço no policiamento em comunidades quilombolas do Estado.

    Segundo a Secretaria de Direitos, Humanos, há uma indicação de visita de Maria do Rosário ao Maranhão no dia 22, e também, conforme assessoria do Seppir, também uma ida da ministra Luiza Bairros, no mesmo dia.