quarta-feira, 19 de junho de 2013

MANIFESTAÇÃO DO MPL REÚNE MAIS DE 100 MIL PARTICIPANTES NO RIO, MAS TERMINA COM ATOS DE VANDALISMO E MAIS DE DEZ PESSOAS FERIDAS ENTRE POLICIAIS E MANISFESTANTES

Edição: Adilson Gonçalves Fotos:Tasso Marcelo
 A  manifestação da noite de segunda-feira, no
Rio, ocupou toda a extensão da Avenida Rio Branco, no trecho entre a Candelária  e Cinelândia. O ato transcorreu normalmente até quase  ao seu final , mas atos de vandalismos provocaram ferimentos entre policiais militares e manifestantes
o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).
Um grupo de 60 advogados foi colocado à disposição dos manifestantes para agir em caso de prisões arbitrárias. Vinte estudantes de medicina vestindo jalecos se prontificaram a dar atendimento aos feridos. .
O número de manifestantes foi maior do que o do ato de quinta-feira, 13.A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj),,  alvo de pichações no último ato, foi depredada por vândalos que acuaram 77 PMS e parlamentares
Passeata ganha apoio de trabalhadores
A passeata ganhou durante o percurso o apoio de muitos trabalhadores que ainda estavam em escritórios localizados na via ou esperavam o fim da manifestação para ir para casa. Eles jogaram papel picado em sinal de apoio, e os manifestantes gritavam em agradecimento.
"Quem apoia acende a luz", gritavam da rua, e as luzes piscavam nos escritórios. Duas grandes faixas na frente da multidão davam o tom do ato: "Não é por centavos, é por direitos" e "Somos a rede social".
 Ao chegarem  à Cinelândia, onde seria o ponto de dispersão, alguns participantes da passeata(vândalos) se encaminham para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) – o Onde houve depredação e enfrentamento aos policiais onde na semana passada começou a confusão com a Polícia Militar (PM).
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segunda-feira, 17 de junho de 2013

HISTORIADOR EXPÕE LADO CONTROVERSO DE MALCOM X EM LIVRO GANHADOR DO PRÊMIO PULITZER DE 2012

Edição Adilson Gonçalves Fonte: Folha de São Paulo
Os meandros dessa transformação são dissecados pelo historiador norte-americano Manning Marable em "Malcolm X, uma Vida de Reinvenções", obra vencedora do prêmio Pulitzer de 2012.
Diferentemente de Martin Luther King, fruto da pequena burguesia instruída e endinheirada de Atlanta, Malcolm X veio do gueto urbano moderno: vivenciou a pobreza, a falta de emprego, a violência, a segregação.
Na juventude, meteu-se em arrombamentos, roubos, furtos, prostituição. Lavou pratos e vendeu maconha. Preso, virou muçulmano. "O crescimento econômico do pós-guerra tinha deixado muitos afrodescendentes para trás", escreve Marable.
Malcolm incorporou a cadência do jazz ao seu estilo de oratória e levou multidões a aderir ao islã e a protestar contra a violência policial.
Leitor voraz a partir do tempo de cadeia, fazia discursos sobre o legado da escravidão, atacando o cristianismo e o governo dos EUA.
Seguindo a trajetória do líder, o historiador aponta também suas escorregadelas em entrevistas e seus erros estratégicos. Malcolm chegou a ter encontro com a Ku Klux Klan.
O autoritarismo do seu grupo islâmico e a seita de supremacia branca eram lados de uma mesma moeda: racismo e segregação. O pensamento de Malcolm deu um giro quando se aproximou dos embates de seus seguidores e conheceu outras experiências de luta pelo mundo.
Marable observa que o líder percebeu que só teria êxito "se se juntasse ao movimento de direitos civis e outros grupos religiosos para uma ação conjunta. Não se podia simplesmente deixar tudo por conta de Alá".
MUDANÇA DE POSTURA

Arrependido de ter ridicularizado King em discursos no passado, Malcolm o cumprimentou. O aperto de mãos traduziu a mudança: o líder rebelde trocava a violência pela batalha do direito ao voto.
"União é a religião certa", declarou. E se autodefiniu: "Não sou antibranco, sou antiexploração e antiopressão". O historiador afirma que Malcolm tornou-se "uma ameaça ainda maior" para o governo dos EUA após o seu rompimento com a Nação --o grupo islâmico de características xiitas que abraçara na cadeia.

O livro, rico em análises, faz uma descrição minuciosa do até hoje não esclarecido assassinato de Malcolm, em 1965. Quatro horas após o crime, o palco onde ocorrera o delito estava lavado para um baile de aniversário.
Marable compara Malcolm a Che Guevara e cita as influências do líder no movimento Black Power e em músicos como John Coltrane. O autor conta que começou a trabalhar na biografia no final dos anos 1980. Desconstruindo a "Autobiografia" de Malcolm, percebeu exageros. Marable concluiu o livro pouco antes de morrer, em 2011.
MALCOLM X
AUTOR Manning Marable
EDITORA Companhia das Letras
TRADUÇÃO Berilo Vargas
QUANTO R$ 69 (672 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo