sexta-feira, 9 de março de 2012

CORAGEM DA PRIMEIRA COMANDANTE DE UPP É PREMIADA POR MICHELLE OBAMA E HILARY CLINTON NOS ESTADOS UNIDOS






Fonte: r7/FotosAlex Wong/Getty Images/AFP Edição: Adilson Gonçalves
No  Dia Internacional da Mulher), uma oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi motivo de orgulho para o país, nos Estados Unidos. A major Priscilla Azevedo, primeira mulher a comandar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), recebeu das mãos da primeira-dama americana, Michelle Obama, o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem 2012. A premiação é oferecida pelo governo Barack Obama a mulheres do mundo inteiro que se sobressaem em suas funções com coragem e assumindo riscos, lutando também pelos direitos feministas.
De acordo com o Departamento de Estado americano, a major foi uma das dez agraciadas por sua "liderança e coragem excepcional". "Seu trabalho criou não apenas um programa modelo, também representou uma melhoria das condições das pessoas que vivem nessas circunstâncias", apontou um porta-voz do Departamento de Estado.
O departamento louvou o papel da policial na pacificação das favelas do Rio, onde enfrentou alguns dos criminosos mais perigosos da cidade e chegou a sofrer um sequestro-relâmpago em 2007. Priscilla comandou a UPP do Morro Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, primeira unidade a ser inaugurada pelo programa de pacificação.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, presidiu a cerimônia em Washington. Em determinado momento, a major ficou entre Hillary e MIchelle no palco, segurando o seu prêmio, mas sem conseguir segurar as lágrimas. Também participaram da cerimônia Leymah Gbowee e Tawakkol Karman, que ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2011. Desde 2007, o Departamento de Estado premiou 46 mulheres de 34 países.

quinta-feira, 8 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: MUITOS MOTIVOS PARA COMEMORAR, MAS MUITO MAIS MOTIVOS PARA AINDA CONTINUAR A LUTAR


Às mulheres minhas reverencias, neste dia tão especial, por ser dedicado a elas, mas tão importante quanto os outros 364 - no caso neste 2012, ano bissexto, 365. Em meus recém completados 70 anos, venho acompanhando duas evoluções: a contestação e enfrentamento à hedionda prática do racismo e a evolução da mulher na sociedade. Se antes as mulheres atinham-se aos serviços domésticos, alguns anos mais tarde elas passaram a exercer a chamada dupla jornada, com o exercício profissional e os cuidados do lar, marido e filhos.Nas últimas três décadas do século passado, as jornadas passaram a ser múltiplas: além do trabalho e do cuidado do lar, marido e filhos, as mulheres vêm buscando uma maior qualificação profissional, que as está levando ao merecido empoderamento.

A prova disso aí está: na primeira década do século 21, terceiro milênio há mulheres chefes executivas, comandantes militares e em outras mais variadas ocupações profissionais. Pela primeira vez  a maior empresa do País, a Petrobras tem sua primeira principal dirigente executiva, Graça Foster e após a eleição de um operário nordestino, elegemos Dilma Roussef, a primeira presidenta. 
Em relação a estas duas palavras insidiosas, o racismo e o sexismo, há motivos para comemorarmos, pois eles vem sendo contestados e perdido alguns embates conosco, mas há muito mais motivos ainda para continuarmos lutando, pois eles ainda persistem em nossa sociedade. Ainda  há casos de prática do racismo e há mulheres em cargos de chefia com salário inferiores aos dos homens. No caso específico da mulher negra, o situação é de uma dupla barreira a ser transposta: a racial e a de gênero. Por isso conclamo a todos a que continuemos lutando.


 Carlos Alberto Caó

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INVESTIGARÁ VIOLAÇÕES DO DIREITOS HUMANOS ENTRE 1964 E 1985


Fonte: Agência Brasil/edição: Adilson Gonçalves


As graves violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar no país, no período de 1964 a 1985, serão investigadas por um grupo de trabalho denominado Justiça de Transição. O grupo foi criado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, por orientação da Segunda Câmara de Coordenação e Revisão do órgão, segundo o MPF.


Os crimes de quadrilha como sequestro qualificado, ocultação de cadáver, além de outros delitos cometidos após a ditadura, que envolvam atos de impedimento da busca da verdade e da justiça por parte dos investigados, também serão apurados pelo grupo. Para a Segunda Câmara, os agentes que se excederam e praticaram crimes no decorrer da ditadura militar agiram como representantes de todo o estado, e não apenas de seu segmento militar.

“Em atendimento ao decidido pela Corte Interamericana [de Direitos Humanos], a Segunda Câmara do Ministério Público Federal reconheceu que os tratados internacionais de direitos humanos firmados pelo país impõem ao Ministério Público Federal e à Justiça Federal a investigação e a persecução dos ilícitos cometidos durante a ditadura militar no Brasil”, disse um dos integrantes do grupo, o procurador da República Luiz Fernando Lessa, na nota.

De acordo com Lessa, “desde o final do ano passado, as unidades do Ministério Público vêm se reunindo e se organizando para dar cabo dessa missão”. Com a criação do grupo de trabalho Justiça de Transição, o MPF poderá investigar os agentes públicos mesmo que o Ministério Público Militar tenha arquivado ou venha, eventualmente, arquivar investigações em sua esfera de atribuição.

A decisão foi alinhada à sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, organismo internacional ligado à Organização dos Estados Americanos, que condenou o país por violações de direitos previstos na Convenção Americana de Direitos Humanos, no contexto da Guerrilha do Araguaia.