quinta-feira, 21 de julho de 2011

REDE DE SUPERMERCADOS DE SP É CONDENADA A PAGAR R$ 260 MIL A MENINO NEGRO ACUSADO DE ROUBO POR SEUS SEGURANÇAS

                                                                           Fonte:  Agência Estado
O garoto negro T., de 10 anos, que acusa seguranças do Hipermercado Extra da Penha, na zona leste de São Paulo, de tê-lo chamado de "negrinho sujo e fedido" e de ter sido obrigado a tirar a roupa, foi indenizado em R$ 260 mil pela empresa. Os seguranças suspeitavam de furto. A criança não havia levado nada. O caso ocorreu em 13 de janeiro. Segundo depoimento da criança no 10.º Distrito Policial (Penha), ele foi abordado por três seguranças e levado para uma "sala reservada" com outros dois garotos, de 12 e 13 anos. Após as ofensas raciais, um segurança "japonês" (com feições orientais) o ameaçou com uma "faquinha de cabo azul", com um tubo de papelão - dizia que "era bom para bater" - e afirmou que ia "pegar um chicote".
O garoto foi obrigado a tirar a roupa e, só depois, os seguranças verificaram que T. levava nota fiscal de R$ 14,65, que comprovava a compra de dois pacotes de biscoito, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante. O documento foi anexado ao inquérito e é uma das principais provas contra os seguranças.
Apesar da indenização, o Grupo Pão de Açúcar afirma "não reconhecer" as alegações. Segundo o texto do acordo, a indenização foi concedida "por mera liberalidade e sem qualquer assunção de culpa nas esferas cível ou criminal". Os seguranças envolvidos, segundo a empresa, foram demitidos. O Grupo Pão de Açúcar ainda afirmou que "repudia qualquer ato discriminatório, pauta suas ações no respeito aos direitos humanos e esclarece que o assunto foi resolvido entre as partes".
"A investigação criminal não pode parar. Nesse tipo de caso, as punições têm de ser exemplares. São crimes muito graves, que podem marcar a pessoa para a vida toda. Especialmente quando a vítima é uma criança", disse o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, que acompanhou o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ELEITA MISS ITÁLIA NO MUNDO, BRASILEIRA É ALVO DE RACISMO EM REDES SOCIAIS

                                                              Fonte: portal terra 
Silvia Novais: " Estou chateada,
 em pleno século 21, ainda existe
 muito preconceito por aí",
A modelo Silvia Novais, eleita Miss Itália no Mundo 2011 no começo deste mês em um concurso que reuniu 40 garotas de vários continentes, se diz chateada pelos comentários racistas endereçados a ela na última semana. "Sofri muito com o preconceito, mas não esperava essa repercussão", disse, em referência a publicações racistas em um site. 
Após vencer o concurso, Silvia já
 grava peças publicitárias na Itália

Vencedora dos concursos Miss Campinas e Miss São Paulo em 2009, a morena de 24 anos, 55 kg e 1,77 m de altura, é formada em Educação Física, natural de Salvador e criada no interior de São Paulo. Ela teve o bisavô paterno nascido em Florência, na Itália, e se declara negra. "Estou chateada. Em pleno século 21, ainda existe muito preconceito por aí", lamentou. "Eu sempre estive preparada (para o preconceito) e sabia que existe maldade. Mesmo durante o Miss Campinas e o Miss São Paulo, ouvi conversinhas. Isso me deixou muito triste, mas procuro não me abalar e sigo de cabeça erguida", acrescentou.
Silvia ainda estuda com um advogado se vai entrar com uma ação contra as redes sociais que divulgaram conteúdo considerado discriminatório. Enquanto analisa a questão, a brasileira sustenta que esses fatos podem desencadear uma reflexão sobre o tema. "Eu evito ler, ficar olhando o que estão escrevendo, o que estão falando. Acho que tudo pode até resultar em uma nova discussão sobre preconceito de se reverter de uma forma positiva."
Brasileira, Sílvia é bisneta
 de italianos por parte de pai
Planos
Mesmo após vencer em uma premiação de alcance internacional, Silvia diz que pretende continuar morando em Campinas e afirma que os últimos dias têm sido de muita correria. A Miss Itália no Mundo se prepara para estudar uma nova língua - apesar de já falar um pouco de inglês e de espanhol, ela faz questão de aprender o idioma italiano, já que estão em foco os compromissos na Itália.
   Comprometida com um empresário "em um relacionamento fixo de um ano e meio", ela diz que não pretende se casar agora. "Quero investir em minha carreira, estudar teatro e, se houver oportunidade, gostaria de trabalhar em televisão."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

APÓS DOIS ANOS, MÉDICA É CONDENADA POR RACISMO EM SERGIPE E TERÁ DE PAGAR R$ 10 MIL À VÍTIMA

Imagem de um vídeo de celular no momento
em que a médica Ana Flávio Pinto ofende Diego José Gonzaga
A médica Ana Flávia Pinto Silva foi condenada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe a pagar R$ 10 mil de indenização ao funcionário da Gol, Diego José Gonzaga, informou o site Emsergipe.Em outubro de 2009, no Aeroporto Santa Maria, em Aracaju, um vídeo feito por celular e divulgado pela internet mostrou Ana Flávia chamando Diego de ‘nego’, ‘morto de fome’ e ‘analfabeto’, além de humilhar outros funcionários da companhia aérea por ter chegado atrasada para o check-in de um voo para a Argentina, onde passaria lua-de-mel.
Segundo decisão da 3ª Vara Criminal do Fórum Gumercindo Bessa, a médica também não poderá sair de casa após as 22h durante dois anos e, neste mesmo período, não poderá sair do estado por mais de 30 dias.
- Entendemos que houve justiça. Ela terá que indenizar a vítima além de sofrer com sanções perante a sociedade – disse o promotor João Rodrigues Neto, responsável pela denúncia.
O caso aconteceu no saguão do aeroporto e provocou revolta em movimentos negros de Sergipe. Segundo a delegada Georlize Teles, Delegacia de Grupos Vulneráveis, que investigou o crime, o voo para a Argentina estaria programado para sair por volta das 5h e a passageira teria chegado ao balcão para fazer o check-in trinta minutos antes.
- O fato nunca será esquecido, a humilhação foi grande, mas fico feliz por houve justiça
O boletim de ocorrência relata que Ana Flávia teria invadido o espaço destinado aos funcionários da companhia aérea após ser informada de que não poderia embarcar. Em depoimento à polícia, o supervisor da Gol disse que a médica teria ficado descontrolada e gritado que a viagem para a Argentina seria de lua de mel. Em seguida, ainda de acordo com o depoimento do funcionário da companhia aérea, ela passou a quebrar objetos do balcão da empresa e a jogar papéis no chão.
- O fato nunca será esquecido, a humilhação foi grande, mas fico feliz por houve justiça. Tenho certeza que ela vai pensar duas vezes antes ofender alguém, ela vai pagar pelo que fez. Que isso sirva de lição para as outras pessoas – disse Diego.
Na ocasião, em nota, a médica disse que “o episódio foi fruto de um somatório de circunstâncias as quais me afetaram emocionalmente, induzindo-me a uma situação de extremo estresse” e que “minhas atitudes, em nenhum momento, foram revestidas de qualquer tipo de preconceito contra quem quer que seja”. Ela ainda acrescenta que fez o check in “‘depois de uma noite atribulada em razão do estresse, ansiedade e desgaste físico relacionados às fases antes, durante e pós núpcias”. No fim do texto, a médica ainda pedia “desculpas ao funcionário da Gol , Diego José Gonzaga, e a toda sociedade sergipana pelo lamentável episódio”.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ATOR MINEIRO É VITIMA DE RACISMO E AGREDIDO EM BLUMENAU, DURANTE FESTIVAL DE TEATRO UNIVERSITÁRIO


Alexandre foi chamado de negão e agredido
a socos, pontapés e coronhadas de escopeta

            O Ator, DJ e Designer, Alexandre de Sena, integrante do elenco de Congresso Internacional do Medo, do Grupo mineiro Espanca foi fortemente agredido com coronhadas de escopeta, socos e pontapés por policiais militares da cidade catarinense de Blumenau. O episódio ocorreu na noite de terça feira, dia 12 de julho.
Na cidade, para,  com seu grupo de teatro, participar do 24º Festival Internacional de Teatro Universitário – Fitub, promovido pela Universidade de Blumenau, após acompanhar a programação daquela noite, ele decidiu seguir, com mais dois amigos,  ir a um posto de conveniência da cidade. Ao chegarem lá, perceberam o local bastante movimentado e decidiram ficar; lá estavam presentes cerca de 60 pessoas, entre artistas, professores e estudantes de teatro.
A surpresa de todos veio com a chegada de uma viatura policial ao local. Sem qualquer motivo, os policiais ordenaram aos berros que todos deixassem aquele lugar imediatamente. Neste momento, o ator Alexandre de Sena aguardava seus amigos em frente ao posto de gasolina: eles tinham ido à  loja de conveniência comprar cervejas. Alexandre foi abordado por um dos policiais com os seguintes dizeres: "Vaza Negão! Vaza Negão!". O ator respondeu aos militares que estava aguardando dois amigos que teriam ido até a loja e argumentou que aquele não era “o tratamento adequado a um cidadão do bem”. Somente por este argumento, os policiais passaram a agredí-lo com uma sequência de tapas na cabeça, socos e pontapés; um deles ainda voltou ao carro para pegar uma escopeta para agredir o ator com coronhadas. Em seguida, os policiais foram embora, como se nada tivesse acontecido.
 Bastante machucado pelas agressões, Alexandre entrou em contato com o 190 e foi orientado a procurar a Corregedoria de Polícia no dia seguinte. Atendido pela Corregedoria, ele registrou a ocorrência e  fez  exame de Corpo de Delito na manhã de quinta-feira, dia 14. A delegada que o atendeu demonstrou extrema indignação com a ação dos policiais agressores. O ator sofreu várias escoriações pelo corpo e, de acordo com os médicos que o examinaram, um de seus tímpanos pode ter sido perfurado  devido às fortes pancadas durante a sessão de agressões.
Assustados com o episódio brutal e lamentável, representantes da classe artística, presentes ao 24º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau – Fitub,  ainda na manhã daquele dia, quinta feira,   realizaram uma caminhada pela paz na capital catarinense, reunindo-se e saindo em frente ao Teatro Carlos Gomes, seguindo até a sede do IML, onde Alexandre de Sena fez o exame de Corpo de Delito.