sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO CONDENA SONY A PAGAR A MAIS ALTA INDENIZAÇÃO POR MÚSICA RACISTA DE TIRIRICA: R$ 1,2 MILHÃO

 Ministro Joaquim Barbosa,
             patrono inicial da ação
 Edição e texto:Adilson Gonçalves


Por cinco votos a zero, a  7ª Câmara Cível do Rio confirmou a sentença que condena a Sony a indenizar em R$ 1,2 milhão a entidades de mulheres negras que se sentiram ofendidas pela música “Essa negra fede”, do hoje deputado Tiririca. A Sony já havia depositado R$ 600 mil. “É a maior indenização por racismo no Brasil”, diz Humberto Adami, advogado das ONGs. No início da ação, o advogado das negras era o atual ministro Joaquim Barbosa, do STF.
Humberto Adami:"Valor da
               indenização ainda é muito baixo"
As entidades alegaram que trechos da música são ofensivos aos negros. Em um trecho, a canção diz: "Veja, veja,  veja, veja, veja os cabelos dela/Parece bom-bril, de ariá panela/Parece bom-bril, de ariá panela/Eu já mandei, ela se lavar/Mas ela teimo, e não quis me escutar/Essa nega fede, fede de lascar"
De acordo com o advogado Humberto Adami, que defendeu as entidades- Criola,  Caces -Centro de atividadesCulturais Econômicas e Sociais , Cedenpa - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará -, Maria Mulher- Grupo de Mulheres Negras-, Nzinga, Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte, Geledes- Instituto da Mulher Negra-, Imena- Instituto de de Mulheres Negras do Amapá-, Fala Preta, Organização de Mulheres Negras, Casa de Cultura da Mulher Negra, Acmun- Associação Cultural de Mulheres Negras- no processo, o valor é o mais alto já pago a uma indenização por ato racista. "A quantia é pequena ainda se comparada com outros segmentos de danos morais, como injúria e difamação."
A gravadora ainda não se manifestou sobre a decisão. O deputado federal Tiririca disse que não vai falar sobre o assunto porque apenas a Sony é acionada no processo. A ação é movida pelas mesmas entidades desde 2004, quando a gravadora recorreu da condenação. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ANOS APÓS TER SIDO NOMEADA A PRIMEIRA JUÍZA NEGRA, LUISLINDA VALOIS É PROMOVIDA A DESEMBARGADORA


Fonte: Correio da Bahia
Em sessão ordinária realizada nesta terça-feira (6), em Brasília, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que a juíza baiana Luislinda Valois fosse promovida ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CNJ utilizou como argumento principal o critério de antiguidade para a concessão da promoção. O relator do caso, Jorge Hélio Chaves de Oliveira, e todos os demais conselheiros decidiram de forma unânime em prol do requerimento. 
"É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa deste processo. É uma conquista para o povo negro da Bahia", afirmou  Luislinda, primeira juíza negra do Brasil. Desde agosto de 2010, ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no TJ. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação de Valois como desembargadora titular poderia não ocorrer.
De acordo com a juíza, que acompanhou toda a audiência, o Tribunal deverá agora organizar a data da posse e a cerimônia oficial.
Sobre Valois
Valois foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil. Ela trabalhou no interior baiano até ser promovida para Salvador, em 1993. A juíza foi a responsável por reativar dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

OAB E SEPPIR FIRMAM ACORDO DURANTE A XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS, NO PARANÁ, PARA IMPLEMENTAR A CAMPANHA "IGUALDADE RACIAL É PARA VALER"

Edição:Adilson Gonçalves/ fonte: site da OAB/ 
foto: Eugênio Novaes
Da esquerda para a direita: Jose Lucio Glomb,
 Silvia Cerqueira, Ophir Cavalcante e a ministra Luiza Bairros




Curitiba (PR), - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, firmou  com a ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, acordo de cooperação técnica para a implementação de ações conjuntas para assegurar a adesão do Conselho Federal da OAB à campanha da Secretaria denominada "Igualdade Racial é pra Valer". A assinatura se deu no estande do Conselho Federal da OAB na XXI Conferência Nacional dos Advogados, realizada nesta capital.
            Entre as ações previstas no acordo estão a recomendação, pela OAB, da criação de Comissões de Promoção da Igualdade Racial em todas as 27 Seccionais da entidade; o estudo da inclusão do tema igualdade racial no Exame de Ordem; e o desenvolvimento de ações focadas no combate ao racismo para a inserção na grade curricular nos cursos de Direito.
 Ophir Cavalcante afirmou que é preciso reconhecer o débito que o Brasil tem para com os afrodescentes. "O Estatuto da Igualdade é uma forma de promover esse resgate e seu cumprimento tem de ser efeitvo no dia-a-dia de todos. A política de cotas raciais, às quais a OAB recentemente manifestou o seu apoio, são uma forma de promover  esse equilíbrio que se perdeu historicamente", afirmou.
 A ministra Luiza Bairros enalteceu o convênio lembrando que é preciso que tenhamos no Brasil operadores do Direito com conhecimento profundo dessa matéria, a fim de manter intactas as conquistas até então obtidas pelos afrodescentes no Brasil. Acompanharam a assinatura do termo o membro honorário vitalício da OAB, Cezar Britto, a presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade do Conselho Federal da OAB, Silvia Nascimento Cerqueira, e o presidente da Seccional da OAB do Paraná, José Lucio Glomb.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CBF MARCA GOL DE PLACA AO ENTRAR EM CAMPO CONTRA O RACISMO NAS RODADAS FINAIS DO CAMPEONATO BRASILEIRO

Edição: Adilson Gonçalves/ Fonte: site da CBF
Ronaldo Fenômeno:"Racismo é crime"
Um basta à discriminação e à intolerância. No momento em que a prática do racismo no futebol ganha novamente repercussão no cenário do debate em todo o mundo, com o surgimento de demonstrações recentes, como foi o caso do jogador brasileiro Edimar, no Campeonato Grego, a CBF entra em campo para promover uma campanha de repúdio que vai se materializar na 37ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A 2011, a "Rodada contra o Racismo".
A mensagem que a entidade vai passar nos jogos da "Rodada contra Racismo", a penúltima do Campeonato Brasileiro da Série A neste ano, é de protesto contra a intolerância que tem hostilizado muitos jogadores em gramados de vários países, e que deveria merecer a mais veemente condenação de todo o universo do futebol, como alerta o presidente Ricardo Teixeira.
- Racismo não se resolve com aperto de mão e nem quem sofre esquece no dia seguinte. Não é justificável pelo calor de uma partida, não pode ser interpretado como gesto de torcedor. É algo intolerável, que não condiz com o esporte. O futebol, como catalisador de transformações no mundo e fenômeno capaz até de interromper guerras, deve ter um papel primordial na busca de soluções para essa prática - diz o presidente.
A CBF, a confederação que tem o maior número de jogadores vítimas de preconceito, se vê na obrigação de promover uma ampla campanha contra o racismo no futebol e chamar a atenção para essa prática inaceitável para o convívio social.
- As pessoas que não entenderem que o futebol é para todos e não apenas para uma raça devem ser banidas definitivamente do esporte. Não adianta utilizar dinheiro para fazer campanhas hipócritas que não produzem efeito algum. Devemos mergulhar de cabeça nesta questão e punir exemplarmente quem comete esse tipo de intolerância. Nosso desejo é envolver os jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores em um movimento capaz de mudar essa situação - ressaltou.
A campanha da entidade de dar um basta ao racismo recebeu nesta quinta-feira duas adesões imediatas. O técnico da Seleção Brasileira Mano Menezes mostrou-se incisivo na condenação do preconceito, uma prática que, para ele, não pode ser tratada com condescendência e com tentativas hipócritas de pedido de desculpas, mas sim com o rigor que a grave situação merece.
CBF marca gol de placa com a
 campanha contra o racismo
Ricardo Teixeira:"o futebol é o
 catalisador de emoções no mundo
O racismo no futebol não pode ser tratado e não admite meio termo. Tem de ser resolvido de maneira forte. É muito cômodo uma pessoa apertar a mão da outra depois do jogo para pedir desculpa por uma ofensa ao que ele tem de mais sagrado e significativo. A solução é buscar nos mecanismos legais que já existem a forma de haver uma punição muito rígida.
O coordenador das Seleções de base da CBF Ney Franco também condenou com veemência o racismo no futebol. Ele vivenciou recentemente, no Sul-Americano Sub-20 do Peru, em janeiro, um caso que o deixou sensibilizado e ao mesmo tempo incrédulo com o que acabara de testemunhar.

Diego Maurício foi insultado
em  janeiro deste ano no Peru
- Custei a acreditar que aquilo estivesse acontecendo. No Peru, em um jogo contra a Bolívia, na cidade de Moquegua,  uma parte dos torcedores insultou o Diego Maurício com ofensas racistas. Foi chocante e muito triste.
Ney não tem dúvida sobre o que tem der feito para banir o racismo nos estádios.
- A FIFA tem de fazer uma campanha para punir com rigor todos que pratiquem o racismo. Claro que não basta um aperto de mão ou um pedido de desculpa, é preciso haver punição.
Além dos dois técnicos, o ex-jogador Ronaldo, ídolo do futebol mundial, também comentou os recentes casos de discriminação que tem acontecido no esporte.
- Racismo é crime, vários companheiros meus já viveram isso de perto e é muito triste. Isso já deveria ter sido banido do planeta faz tempo - disse o Fenômeno.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CARLOS ALBERTO CAÓ COMPLETA 70 ANOS COMEMORANDO AS CONQUISTAS DOS NEGROS BRASILEIROS, MAS AFIRMA: "NÓS QUEREMOS E MERECEMOS MAIS"

Texto, foto*,  edição: Adilson Gonçalves
Caó , baiano, filho de Ogun, na CMRJ,com a imagem de Oxossi 
ao fundo, padroeiro do Rio de Janeiro, cidade que o acolheu
O dia e o mês- 20 de dezembro-  que constam em sua certidão de nascimento  diferem  da data biológica-  24 de novembro - em que ele veio ao mundo, mas o ano é o mesmo: 1941. Pois nesta data, há 70 anos,  portanto, nascia em Salvador, na Bahia, Carlos Alberto Oliveira dos Santos, ou simplesmente Caó, filho do marceneiro Themístocles Oliveira dos Santos e da costureira Martinha Oliveira dos Santos, a dona Miúda.
A reverência ao líder é constante
 Figura emblemática do movimento negro brasileiro,  Caó foi eleito  duas vezes-  1982 e 1986-  deputado federal , a última como constituinte,  pelo Partido Democrático Trabalhista, o  PDT. Como parlamentar constituinte, ele foi o autor da revolucionária lei 7716/89, que criminaliza como crimes não somente a prática de racismo, concernentes ao povo negro, mas entre outras práticas ilícitas, a xenofobia e a intolerância religiosa, que abrange todas as religiões.
Carlos Alberto Oliveira dos Santos é o filho mais velho de seu Themistócles e dona Martinha, ambos já falecidos. Seus dois outros irmãos, Derivaldo e Eliene, também já morreram. A mãe, dona Miúda, costurava para a alta sociedade baiana e foi através de um pedido seu a uma de suas várias clientes que conseguiu matricular o primogênito no tradicional colégio soteropolitano Antônio Vieira, onde era o único aluno negro.
Recentemente entrevistado para o programa  Espelho, apresentado pelo ator e diretor Lázaro Ramos, ele falando sobre sua infância em Salvador, revelou  que sua primeira contestação a um ato de racismo sofrido ocorreu no colégio
- Todo ano uma peça era encenada e por dois deles, fui escalado para interpretar o personagem do diabo.  Na segunda vez eu  recusei e joguei mercúrio cromo nas paredes do colégio. Minha mãe foi chamada à escola e comunicada do meu ato.  Ao chegar em casa, ela  me falou que meu pai resolveria a questão quando voltasse do trabalho. Meu pai, seu Themístocles,  era marceneiro, homem de poucas palavras e com um cinto de couro de dois dedos de espessura. Com medo, fugi de casa, mas voltei, me escondendo dentro dela. Quando ele chegou e minha mãe falou com ele, fui chamado. Com muito medo da surra, saí de onde estava escondido e me apresentei . Ele me perguntou o por quê  da peraltice e eu respondi que estava cansado de ser escalado para interpretar o Diabo e queria ser Deus, que nunca deixavam.  Ele concordou comigo e a surra não aconteceu- contou  Caó.
Caó, Rosinha e Cacau ou
Carlos Alberto Oliveira, Rosa e Carlos em um momento de descontração
 
Precocemente articulado, Caó aos 16 anos já era secretário-geral da Associação de Moradores do bairro Federação em Salvador e estava engajado na campanha O Petróleo é Nosso. Pouquíssimo tempo depois, viriam a militância no movimento estudantil, como presidente da União de Estudantes  Estaduais da Bahia e a vice-presidência da União Nacional dos Estudantes. A partir disso a militância partidária era questão de tempo, ele ingressou no Partido Comunista Brasileiro. Após o fim de um Inquérito Policial Militar (IPM), ele foi preso, chegando a ser condenado e cumprir seis meses de prisão, sendo libertado por decisão do Superior Tribunal Militar. A intensa atuação em vários segmentos políticos, tornou-o “carta marcada” em Salvador e conhecidos de seus pais os aconselharam a tirar o filho da cidade, “antes que sumissem com o  Betinho”, com era chamado familiarmente.
Apesar de afastado da política, a participação
 constante em vários eventos da comunidade negra 
A solução mais prudente foi sair de Salvador e ir para o Rio Janeiro. Chegando à cidade, trabalhou inicialmente como corretor de imóveis, mas atuou neste setor por pouco tempo. No mesmo ano começou a trabalhar como repórter do jornal Luta Democrática, Tribuna Carioca, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Jornal do Commércio, TV Tupi e Jornal do Brasil, onde entrou como repórter e chegou a sub-editor e  editor. Em 1967 formou-se em Direito.
 Nesse meio tempo, foi um dos fundadores da Associação de Jornalistas de Economia e Finanças (AJef), em  1974, presidindo-a no ano seguinte. Também criou o Clube dos Repórteres Políticos, do qual foi secretário geral. Em seguida foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, onde conseguiu uma conquista épica, de modo atípico: sem greve ou qualquer  outro ato de intimidação ao patronato,  ele liderou  vários jornalistas, todos de braços, em uma caminhada até o prédio das empresas Bloch, na Glória e  ao final das negociações o resultado foi um aumento de 100% para a categoria, algo, senão inédito, raro, na história do sindicalismo  brasileiro.
Por questão numerológica ou apenas coincidência, o número dois está presente nas lembranças e conquistas de Caó ao longo da vida: teve dois irmãos – Derivaldo e Eliene- , por duas vezes foi  presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, duas vezes foi secretário de Habitação e Trabalho do governo estadual, na gestão de Leonel Brizola, igual número de vezes elegeu-se deputado federal pelo PDT e tem um casal de filhos, os quais apesar de já adultos, chama carinhosamente de Cacau e Rosinha, como todo pai baiano, afável e carinhoso. Em um breve balanço de seus 70 anos e a evolução e conquistas dos negros brasileiros, na qual teve efetiva participação, ele avalia e afirma:
- A situação melhorou muito, mas ainda hoje muitos atos de racismo e intolerância são praticados. Melhorou, mas ainda temos muito a conquistar, pois nós queremos, e merecemos, mais. E eu estarei vivo para presenciar isso. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LÁZARO RAMOS ENTREVISTA CAÓ PARA A ABERTURA DA SEXTA TEMPORADA DO PROGRAMA ESPELHO NO CANAL BRASIL

Textos, fotos e edição: Adilson Gonçalves

Na manhã de terça-feira, dia 15 de novembro, feriado da Proclamação da República,  Carlos Alberto Caó foi a Santa Teresa , no centro do Rio, gravar o programa Espelho, apresentado pelo ator Lázaro Ramos  na tv fechada Canal Brasil. Durante a entrevista,  Caó falou de sua infância e juventude em Salvador, da ida para o Rio de Janeiro , sua vida como jornalista, deputado federal e secretário de Trabalho e Habitação por duas vezes no Governo Leonel Brizola e sobre os 70 anos que serão completados no dia 24 de novembro.
 Falando sobre as reminiscências de sua infância, Caó  revelou  que sua primeira contestação a um ato de racismo sofrido por ele ocorreu no tradicional colégio soteropolitano Antônio Vieira, no qual sua mãe, costureira da alta sociedade baiana, conseguira,  através de  algumas  de suas clientes, matriculá-lo, onde era   o único aluno negro:
- Todo ano uma peça era encenada e por dois deles, fui escalado para interpretar o personagem do diabo.  Na segunda vez eu me recusei e joguei
 mercúrio cromo nas paredes do colégio. Minha mãe foi chamada à escola e comunicada do meu ato.  Ao chegar em casa ela falou que meu pai resolveria a questão quando voltasse do trabalho. Meu pai, Themístocles era marceneiro e um homem de poucas palavras e com um cinto de couro de dois dedos de espessura. Com medo, fugi de casa, mas voltei, me escondendo dentro dela. Quando ele chegou e minha mãe falou com ele, fui chamado. Com muito medo da surra, saí de onde estava escondido e me apresentei  ao meu pai. Ele me perguntou o por quê  da peraltice e eu disse a ele que estava cansado de ser escalado para interpretar o Diabo e  eu queria ser  Deus, o que nunca deixavam.  Meu pai concordou comigo e a surra não aconteceu- contou  Caó.
Ele falou ainda de detalhes da primeira visita ao Brasil, em 1991, do recém-libertado Nelson Mandela, revelando  ainda que a vinda do líder negro ao  país chegou a ser cancelada pelos seus seguranças:
- Acho que em maio, três meses antes da visita de Mandela ao Brasil,  na secretaria de Trabalho e Habitação recebi um telefonema de Howard Shapiro, então adido cultural da embaixada  americana no Rio de Janeiro. Ele me convidou para almoçar. Fui e ele me perguntou se nós do movimento negro estávamos programando alguma manifestação política quando da vinda do Mandela em agosto. Eu disse a ele que sequer sabia da visita, o que realmente era verdade, e muito menos de um ato político. Aí eu percebi que ele era agente da CIA.  Antecedendo à  vinda de Nelson Mandela, convidado pela Comissão Legislativa do Senado,  os seguranças dele  haviam chegado  ao Brasil no final de julho para avaliar as condições de estadia e locomoção, como acontece quando da visita de qualquer autoridade ou figura pública mundial. Mas eu desconhecia este fato. Um dia alguém ligou para a secretaria e relatou  as condições em que o seguranças  dele estavam hospedados: no Hotel Ambassador – Centro do Rio -, sem direito a telefone e frigobar. Eles estavam furiosos  e já haviam reprovado a visita de Mandela ao Brasil. Fomos até lá, conversamos com eles e os convencemos a reavaliar a  situação e os  levamos para outro lugar mais confortável, o Othon, estrategicamente perto da casa do Brizola. Neste meio tempo, viabilizamos meios para a estadia de toda a comitiva. Me orgulho muito disto- , disse Caó.
Conterrâneos e quase parentes, nos intervalos das gravações Lázaro e Caó falavam sobre conhecidos comuns, dando um total clima de descontração à gravação. A entrevista com Caó está prevista para ser o programa de abertura  da sexta temporada, em março de 2012. O programa Espelho é exibido às segundas-feiras, as 21 h 30 min pelo Canal Brasil e reprisado às terças-feiras, às 16 horas,  sábados às 12 h 30 min, em horário alternativo.
-- 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CINZAS DE ABDIAS NASCIMENTO SÃO DEPOSITADAS NA SERRA DA BARRIGA, UNIÃO DOS PALMARES, AL, ONDE ZUMBI RESISTIU À ESCRAVIDÃO

Léa Garcia, Bida Nascimento e Elisa Larkim  do Nascimento depositam
as cinzas de Abdias onde também foi plantado um pé de baobá

Fonte: Acontece
Uma cerimônia ocorrida neste domingo, 13 de Novembro de 2011, homenageou o ativista negro, e ex-senador Abdias Nascimento, onde suas cinzas foram depositadas na Serra da Barriga, município de União dos Palmares, um local simbólico, que reflete a luta dos negros pela liberdade, por quase um século.
Diversas autoridades se fizeram presentes ao evento, como também caravanas de vários estados brasileiros, religiosos de matriz africana e personalidades dos Estados Unidos e Nigéria. Como também o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viegas, o secretário de Cultura de União dos Palmares, Elson Davi, a ministra da Igualdade Racial, Luíza Bairros, a secretária de Estado da Mulher, Kátia Born, a ex- esposa de Abdias e atriz da Rede Globo, Léa Garcia, além de outras autoridades.
O início das homenagens foi marcada pelos discursos das autoridades e familiares, que lembaram a importância da vida e obra do ativista negro, no Brasil e no mundo. Abdias foi jornalista, professor, deputado federal, senador e assumiu outros cargos de relevante importância, e teve sua vida marcada pela luta no combate ao racismo e a implantação de políticas públicas para inclusão dos afro-descentendes brasileiros.
Nigerianos homenageiam ativista
O Poema Escalando a Serra da Barriga, de autoria de Abdias, foi ressitado pelo ator Chico de Assis, num momento emocionante, que lembrava a saga de um povo que ainda hoje sofre por causa da cor.
A viúva e última esposa de Abdias, Elisa Larkin, esteve junto de seus familiares na cerimônia, onde prestou várias homenagens ao seu ex-esposo.
Religiosos de matriz africana realizaram diversas homenagens, sob a percussão dos tambores que cultuavam os antepassados de sua cultura. O momento célebre do evento foi a deposição das cinzas de Abdias Nascimento, no local onde foi plantada uma muda de baobá, árvore sagrada na cultura negra. O local próximo a lagoa dos negros, será transformado num espaço, que lembrará a importância do ativista.
Também foi plantada próximo ao baobá, uma muda de gameleira branca, árvore também considerada sagrada pelos negros.
Elói Ferreira, presidente da FCP
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Elói Ferreira, destacou a importância de Abdias como marco no combate ao racismo e na luta pela igualdade dos povos. Elói frisa o momento histórico, onde o desejo do ativista de ter suas cinzas depositadas num local sagrado, "As cinzas de Abdias irão se encontrar com os espíritos de todos os quilombolas, que derramaram o seu sangue aqui na Serra da Barriga", disse.
O presidente da Palmares acrescenta ainda, que o escritório da Fundação em União dos Palmares, que abrange os estados de Alagoas e Pernambuco, será transformado num centro referencial na divulgação da cultura negra. Elói destaca que o acesso ao Parque Memorial não está esquecido, "Estamos empenhado na construção da estrada de acesso a Serra, temos muito trabalho que renderá bons frutos", concluiu.
Para Genisete Lucena, chefe da Representação da Palmares em Alagoas e Pernambuco, a celebração da Vida e Obra de Abdias Nascimento, vem a mostrar o quão importante é esse evento num local considerado sagrado. Questionada sobre as festividades do mês da consciência negra, que culmina 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Blog do olhar negro: SENADO APROVA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA COMO FERI...

Blog do olhar negro: SENADO APROVA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA COMO FERI...: O Senado Federal aprovou ontem (20) projeto que declara feriado nacional o 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra e o enviou à sanção da ...

SENADO APROVA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA COMO FERIADO NACIONAL, QUE SOMENTE DEPENDE DA SANÇÃO DE DILMA ROUSSEF

O Senado Federal aprovou ontem (20) projeto que declara feriado nacional o 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra e o enviou à sanção da presidenta Dilma Roussef. Caso seja sancionado, este será o primeiro feriado do país originário da mobilização social, principalmente do movimento negro. A data já é reconhecida e celebrada como feriado em mais de 200 cidades, inclusive três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá).
A comemoração do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.
Nas últimas décadas, o 20 de novembro tem sido dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre as consequências do racismo para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares - 20 de Novembro – a cada ano, as atividades alusivas a esta data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais.
Anualmente, um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em torno de atividades relativas à participação da pessoa negra na sociedade em diferentes áreas: trabalho, educação, segurança, saúde, entre outras.
* Projeto Original
O projeto original que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (PLS 520/03), de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), previa apenas a data, mas não o feriado. Na justificação da matéria, Serys argumenta que sua proposta visa criar uma oportunidade para a reflexão sobre o preconceito ainda existente na sociedade brasileira.
Aprovado pelo Senado, o texto foi enviado à Câmara dos Deputados e apensado a outra proposta (PLS 302/2004), que propunha o dia 20 de novembro como feriado nacional.
* Feriados
Uma vez sancionado, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra será o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).

Há ainda quatro datas comemorativas móveis, as quais, embora popularmente conhecidas como feriados nacionais, não são reconhecidas como tal pela legislação brasileira - Terça-Feira de Carnaval, Sexta-Feira da Paixão, Domingo de Páscoa e o Corpus Christi.
* Textos extraídos do Portal do Senado
  
* Textos extraídos do Portal do Senado
O Senado Federal aprovou o projeto que declara como feriado nacional a data de 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra-  e o enviou à sanção da presidenta Dilma Roussef. Caso seja sancionado, este será o primeiro feriado do país originário da mobilização social, principalmente do movimento negro. A data já é reconhecida e celebrada como feriado em mais de 200 cidades, inclusive três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá).
A comemoração de 20 de Novembro como  Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.
Nas últimas décadas, o 20 de novembro tem sido dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre as consequências do racismo para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares - 20 de Novembro – a cada ano, as atividades alusivas a esta data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais.
Anualmente, um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em torno de atividades relativas à participação da pessoa negra na sociedade em diferentes áreas: trabalho, educação, segurança, saúde, entre outras.
* Projeto Original
O projeto original que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (PLS 520/03), de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), previa apenas a data, mas não o feriado. Na justificação da matéria, Serys argumenta que sua proposta visa criar uma oportunidade para a reflexão sobre o preconceito ainda existente na sociedade brasileira.
Aprovado pelo Senado, o texto foi enviado à Câmara dos Deputados e apensado a outra proposta (PLS 302/2004), que propunha o dia 20 de novembro como feriado nacional.
* Feriados
Uma vez sancionado, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra será o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).

Há ainda quatro datas comemorativas móveis, as quais, embora popularmente conhecidas como feriados nacionais, não são reconhecidas como tal pela legislação brasileira - Terça-Feira de Carnaval, Sexta-Feira da Paixão, Domingo de Páscoa e o Corpus Christi.


SENADO APROVA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA COMO FERIADO NACIONAL QUE SOMENTE DEPENDE DA SANÇÃO DE DILMA ROUSSEF




* Textos extraídos do Portal do Senado
/ Redação e Diagramação: Adilson Gonçalves
O Senado Federal aprovou o projeto que declara como feriado nacional a data de 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra-  e o enviou à sanção da presidenta Dilma Roussef. Caso seja sancionado, este será o primeiro feriado do país originário da mobilização social, principalmente do movimento negro. A data já é reconhecida e celebrada como feriado em mais de 200 cidades, inclusive três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá).
A comemoração de 20 de Novembro como  Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.

Nas últimas décadas, o 20 de novembro tem sido dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre as consequências do racismo para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares - 20 de Novembro – a cada ano, as atividades alusivas a esta data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais.
Anualmente, um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em torno de atividades relativas à participação da pessoa negra na sociedade em diferentes áreas: trabalho, educação, segurança, saúde, entre outras.
* Projeto Original
O projeto original que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (PLS 520/03), de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), previa apenas a data, mas não o feriado. Na justificação da matéria, Serys argumenta que sua proposta visa criar uma oportunidade para a reflexão sobre o preconceito ainda existente na sociedade brasileira.
Aprovado pelo Senado, o texto foi enviado à Câmara dos Deputados e apensado a outra proposta (PLS 302/2004), que propunha o dia 20 de novembro como feriado nacional.
* Feriados
Uma vez sancionado, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra será o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

LUIZA BAIRROS INICIA ACORDO COM FIFA E CBF PARA IMPLEMENTAR AÇÕES ANTIRRACISTAS NA COPA DE 2014


Fontes:UOL e Agência Brasil
Para evitar manifestações racistas durante a Copa do Mundo de 2014, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros anunciou que negocia com a CBF e com o Ministério do Esporte a realização de campanhas antirracistas ao longo do evento.
De acordo com Bairros, a iniciativa já conta com o apoio da confederação comandada por Ricardo Teixeira e começa com uma boa base para a realização das ações. “A CBF aceitou essa ideia com bastante alegria porque já é um trabalho feito pela Fifa na Europa. Portanto, teremos toda a possibilidade de reproduzir", disse  durante o seminário Empreendedorismo e Igualdade Racial em Grandes Eventos Esportivos, realizado no Rio de Janeiro.

Para a concretização do projeto, no entanto, serão necessárias mais conversas com a CBF e o envolvimento dos patrocinadores oficiais da competição, segundo a ministra. Caso aprovada, a campanha não deverá se restringir aos estádios. “Se no futebol os negros são motivo de orgulho nacional, devemos ter a participação deles em todos os setores". No Brasil este tipo de campanha nunca foi realizado, segundo informações da CBF.
O Conselho Estadual dos Direitos dos Negros (Cedine) do Rio de Janeiro já se movimenta para coibir as práticas racistas durante a Copa e defende que a Lei Caó (na qual o racismo é tido como crime inafiançável) seja aplicada aos estrangeiros também. "A sociedade civil será uma espécie de olhos, ouvidos e boca desse segmento por meio de várias entidades no Brasil", declarou o presidente do Cedine Rio, Paulo Roberto Costa. 
No Brasil, uma atitude contra o racismo que teve grande repercussão foi protagonizada por Loco Abreu. Em abril deste ano o atacante do Botafogo entrou em campo calçando uma chuteira branca e outra preta, em ação promovida pela Asics, patrocinadora do atleta. A ideia rendeu um Leão de Bronze no festival de publicidade de Cannes. 

No continente europeu, onde manifestações racistas das torcidas não são raras, a Uefa lança no dia 17 de outubro uma campanha contra a prática. Durante uma semana, serão realizadas em 40 países atividades para conscientizar jogadores, torcidas e dirigentes.

MINISTRA LUIZA BAIRROS INICIA ACORDO COM CBF E FIFA PARA IMPLEMENTAR CAMPANHA ANTIRRACISTA NA COPA DE 2014


Fonte: site UOL, com Agência Brasil
Para evitar manifestações racistas durante a Copa do Mundo de 2014, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros anunciou  que negocia com a CBF e com o Ministério do Esporte a realização de campanhas antirracistas ao longo do evento.
De acordo com Bairros, a iniciativa já conta com o apoio da confederação comandada por Ricardo Teixeira e começa com uma boa base para a realização das ações. “A CBF aceitou essa ideia com bastante alegria porque já é um trabalho feito pela Fifa na Europa. Portanto, teremos toda a possibilidade de reproduzir", disse  durante o seminário Empreendedorismo e Igualdade Racial em Grandes Eventos Esportivos, realizado no Rio de Janeiro.
Para a concretização do projeto, no entanto, serão necessárias mais conversas com a CBF e o envolvimento dos patrocinadores oficiais da competição, segundo a ministra. Caso aprovada, a campanha não deverá se restringir aos estádios. “Se no futebol os negros são motivo de orgulho nacional, devemos ter a participação deles em todos os setores". No Brasil este tipo de campanha nunca foi realizado, segundo informações da CBF.
O Conselho Estadual dos Direitos dos Negros (Cedine) do Rio de Janeiro já se movimenta para coibir as práticas racistas durante a Copa e defende que a Lei Caó (na qual o racismo é tido como crime inafiançável) seja aplicada aos estrangeiros também. "A sociedade civil será uma espécie de olhos, ouvidos e boca desse segmento por meio de várias entidades no Brasil", declarou o presidente do Cedine Rio, Paulo Roberto Costa. 
No Brasil, uma atitude contra o racismo que teve grande repercussão foi protagonizada por Loco Abreu. Em abril deste ano o atacante do Botafogo entrou em campo calçando uma chuteira branca e outra preta, em ação promovida pela Asics, patrocinadora do atleta. A ideia rendeu um Leão de Bronze no festival de publicidade de Cannes. 
No continente europeu, onde manifestações racistas das torcidas não são raras, a Uefa lança no dia 17 de outubro uma campanha contra a prática. Durante uma semana, serão realizadas em 40 países atividades para conscientizar jogadores, torcidas e dirigentes.
*Com informações da Agência Brasil